O internacional português Condesso Feliciano é um dos destaques do site do Mundial sub-20 da FIFA, sob o título «Condesso, globetrotter», pelo facto do médio, nascido na República do Congo, ter já ter vivido, aos vinte anos, em quatro países diferentes, falando fluentemente francês, inglês, espanhol e, claro está, português.
A história de Condesso na primeira pessoa: «Nasci na República do Congo, de onde é natural a minha mãe, mas mudámo-nos para a terra do meu pai, Portugal, quando fiz quatro anos. Fomos viver para Setúbal e comecei a jogar futebol no clube local no ano seguinte. Aos 16 anos assinei por um clube inglês, o Southampton, onde passei três anos. Este ano aceite uma proposta do Villarreal para jogar em Espanha», conta o jogador.
O médio foi ainda internacional pela selecção de Portugal de sub-17, em 2004, e sub-19, em 2006, antes de ter sido escolhido para representar a selecção de sub-20 que vai disputar o título mundial no Canadá. Feliciano revela-se um apaixonado pelo futebol e conta que não podia desperdiçar a oportunidade de jogar em Inglaterra aos 16 anos. «Essa oportunidade para jogar no estrangeiro não a podia perder, a minha família sabia que queria dedicar-me ao futebol. Isso, às vezes, envolve sacrifícios», recordou.
O médio defensivo revela ainda admiração pelo estilo do compatriota Deco e por Makelele, mas é outro francês que enche as medidas do jovem português. «Gostava mesmo do Zidane. Não houve ninguém melhor do que ele nos últimos dez anos. Na jogo na posição dele, não sou do tipo criativo, mas vê-lo jogar foi um privilégio», conta.
Portugal vai estrear-se no Mundial, no Canadá, a 2 de Julho, frente à Nova Zelândia, colocando um ponto final a um jejum de fases finais que já se prolongava desde 1995, mas Condesso defende que a equipa não está pressionada. «Estivemos bem nos últimos jogos e o nosso objectivo é passar a primeira fase. Não sentimos pressão, isso é para equipas como o Brasil, Argentina ou para os campeões europeus, a Espanha. Claro que temos as nossas expectativas, mas não estamos sob stress. Esta tranquilidade é positiva», destacou.
Além da Nova Zelândia, Portugal vai ainda defrontar o México e a Gambia na primeira fase. «Vão ser três jogos duros. As equipas africanas trazem sempre jogadores atléticos e com grande força física, enquanto o México joga mais de pé para pé. Sabemos menos sobre a Nova Zelândia, mas vamos saber mais. Não temos medo de ninguém, nem nos achamos superiores a ninguém. Queremos pensar passo a passo», comentou.