O Beira Mar dobrou o nevoeiro e conquistou na Choupana uma vitória importantíssima que permite deixar a lanterna vermelha para a equipa comandada por Manuel Machado. O Nacional continua sem vencer em casa esta temporada em jogos para a Liga.

O plano de viagem da formação de Ulisses Morais tinha, seguramente, na bagagem o objetivo de abandonar a última posição da tabela classificativa

O nevoeiro cerrado foi um espectador indesejado e obrigou ao atraso do início do jogo, Balboa vestiu a pele de Dom Sebastião e, na cobrança de um livre directo, colocou os aveirenses em vantagem num grande golo do extremo que entrou em Portugal pela porta do Benfica.

Sentado na almofada de um golo de vantagem, a equipa de Aveiro baixou o bloco, com os dois médios centros, Nildo Petrolina e Jaime, a erguerem um muro quase intransponível para os madeirenses. Talvez por isso, grande parte das oportunidades dos insulares tenha surgido através de remates de fora da área, com Isael e Diego Barcelos a testarem, várias vezes, a meia distância, sem, no entanto, resultados práticos para os intentos alvinegros.

Aos 35 minutos, o Nacional teve uma excelente oportunidade para restabelecer a igualdade, mas Mário Rondon, isolado sobre a esquerda, atirou ao lado da baliza de Rui Rego.

Durante grande parte da primeira parte os insulares jogaram no meio campo adversário, com a equipa de Ulisses Morais a não conseguir esticar o jogo até junto da área de Gottardi.

Na única vez que conseguiu, já perto do intervalo, Balboa descobriu Ruben no meio do nevoeiro com o extremo, de primeira, a fazer o segundo golo dos visitantes.

Jogo louco

O nevoeiro não gostou do jogo durante a primeira parte e abandonou, sem que ninguém esperasse, o Estádio da Madeira. A partir daí, a partida tornou-se espectacular: aos 50 minutos Revson reduziu para os madeirenses, na sequência de um grande penalidade a castigar puxão de Sasso sobre Keita; oito minutos depois, Jaime disparou um míssil que só parou no fundo da baliza de Gottardi voltando a colocar a vantagem dos aveirenses em dois golos - o lance mereceu protestos por parte dos insulares uma vez que o auxiliar tinha a bandeirola levantada no início da jogada; na resposta, Revson voltou a reduzir a vantagem para a margem mínima.

Mesmo com o crescimento da equipa de Manuel Machado, a formação aveirense nunca perdeu o norte e, na sequência de uma bola parada, Sasso redimiu-se da grande penalidade cometida e voltou a aumentar a margem de segurança para dois golos.

Nos últimos 20 minutos a formação de Aveiro jogou com menos um elemento, devido à expulsão do capitão Jaime, mas não tremeu. Voltou a assentar arraiais à frente da área de Rui Rego, entregando a iniciativa de jogo aos madeirenses.



Com o passar dos minutos os jogadores do Nacional começaram a pensar mais com o coração do que com a cabeça e, por isso, o marcador não voltou a alterar-se, permitindo ao Beira-Mar conquistar uma vitória preciosa na Choupana que empurra o Nacional para o último lugar da tabela classificativa.