Predrag Jokanovic anunciou que deixava o cargo de treinador do Nacional, após o empate caseiro frente à Académica (1-1) - uma informação que já foi tornada oficial através do site oficial dos madeirenses. No seu lugar ficará Ivo Vieira, uma sugestão deixada pelo sérvio, que continuará no clube. «É um técnico da casa, que já foi treinador dos juniores e que mostrou serviço», apontou.

Logo após o encontro, o técnico revelou que tinha acabado de pedir a demissão ao presidente Rui Alves. A decisão ainda não tinha sido comunicada aos jogadores, mas era irreversível, garantiu: «Gosto de ganhar, de trabalhar e de ter adeptos atrás de mim. Os nossos adeptos só estão connosco quando estamos a ganhar. Quando estamos a perder são insuportáveis. Têm de apoiar estes miúdos, que têm 20 e 21 anos. Essa ansiedade passa para os jogadores. Quando estava 0-0 ouviram-se muitos assobios. Marcámos o golo e parecia que já éramos os campeões da Europa. Sofremos o golo, nos descontos, e fomos de novo assobiados. Não consigo trabalhar assim, então é melhor sair. Estes não são os meus adeptos, mas sim aqueles que estiveram com a equipa quando subiu à I Liga. Esses são os verdadeiros adeptos! Não volto atrás, espero que agora apoiem a equipa até ao final. Se o Jokanovic era o problema, ele já saiu. Está tudo em aberto.»

Confrontado com a possibilidade de ser mal amado pelos adeptos, o técnico concordou e foi claro: «Acho que sim e não gostei. Diga-me um treinador e uma equipa que, em Portugal, tenha conseguido ganhar ao Benfica, Porto e Sporting? Nenhuma! Não deram valor a esta equipa de miúdos. Eles têm de crescer. No próximo ano, com mais um ou dois reforços, o Nacional fará mais uma grande equipa. Têm de ter paciência. Esta equipa sem a ansiedade vai render mais 30 ou 40 por cento. Eu não o consegui, talvez por culpa minha.»

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