Nacional da Madeira e Vitória de Guimarães assinaram o primeiro empate da Liga, num jogo que foi decidido com duas cabeçadas de dois jogadores brasileiros: Diego Barcelos e Crivellaro. Mesmo com várias mudanças no plantel, Rui Vitória continua a apresentar uma equipa competitiva e que pode voltar a surpreender no campeonato. O Nacional, ao invés, tem muito para trabalhar.

Na 300ª aula no mais alto degrau do futebol português, Manuel Machado quis surpreender a concorrência e encheu a equipa de médios. Deu-lhe pulmão, mas, por inerência, perdeu velocidade nas faixas e os madeirenses tiveram muita dificuldade em ter bola durante toda a primeira parte.

Não espanta, por isso, que os primeiros momentos de perigo tenham surgido dos pés dos jogadores vitorianos, que vinham com a matéria bem estudada e, perante a densidade populacional à entrada da área madeirense, optaram por remates de meia distância.

O capitão Leonel Olímpio deu o mote logo após o apito inicial, mas, quase por capricho, a bola foi embater no travessão da baliza de Gottardi (3 minutos). Seguiram-se várias outras tentativas, de David Addy (7) e Crivellaro (7 e 12), mas a mira teimava em continuar desnivelada.

Ao fim de quase 20 minutos , o Nacional lá conseguiu ter bola junto à área vitoriana, num lance em que Djaniny parecia oferecer o golo a Claudemir, mas o remate do médio brasileiro, o melhor dos madeirenses durante a primeira parte, desviou num defensor vimarense. A jogada terminou com canto para o Nacional, que chegou à vontagem na cobrança do lance, com Claudemir a encontrar o «pequenino» Diego Barcelos, no coração da área (22 minutos). O brasileiro mostrou cabeça para colocar os alvinegros na liderança sem que antes tivessem dado qualquer sinal de instinto matador.

O Vitória sentiu o balde de água fria e demorou algum tempo a dar sinal de vida. Permitiu, inclusivamente, uma transição aos madeirenses que só não terminou em golo porque a Mário Rondon não teve a pontaria do colega brasileiro (26 minutos).

Seguiu-se, então, o grito de revolta vitoriano que saiu da cabeça de Crivellaro, após cruzamento de Marco Matias, directamente para o fundo da baliza insular (34). Reposta a igualdade e, também, alguma justiça no marcador.

Sprinters sem pista

O professor alterou a fórmula ao intervalo e lançou os sprinters Candeias e Mateus à procura da solução que permitisse ao Nacional aproveitar os espaços da retaguarda visitante. No entanto, o plano seguia de feição a Rui Vitória e a estratégia visitante permanecia, com os visitantes a voltarem a criar os primeiros lances de perigo na segunda parte.

O mais vistoso saiu de um pontapé acrobático de Marco Matias que levou a bola a morrer nas mãos de Gottardi (56 minutos). Surpreendentemente, o jogo entrou num ramerrame sem oportunidades para qualquer lado, e assim permaneceu durante largos minutos.

Quando o futebol regressou à Choupana, reapareceu a velocidade de Marco Matias e a qualidade de Moussa Maazou que, desmarcado pelo ex-leão, só não marcou porque Gottardi fechou fechou a porta ao goleador nortenho.

O Nacional percebeu o perigo e respondeu através da velocidade de Candeias, pelo franco direito, mas o remate do expresso de Fornos de Algodres morreu nas mãos de Douglas. Foram os últimos fogacho que se viram na Choupana num jogo em que marcador não viria a sofrer qualquer alteração até final. O Vitória foi mais perigoso e, por isso, conseguiu levar um pontos naquele que é o primeiro empate desta edição da prova. Já Manuel Machado não comemora da melhor forma o 300º jogo na I Liga.