A importância do turismo como factor dinamizador da economia nunca esteve tão presente como na última década e é, por isso, natural que o perfil e as motivações dos visitantes estejam a ganhar, por parte dos Estados promotores, cada vez mais importância.

Recolhendo informações de todas as entidades oficiais das várias regiões de turismo, a Agência Lusa traça um quadro sobre quem são, o que os motiva e o que mudou no perfil daqueles que visitam o nosso país.

Portugal é conhecido pela sua hospitalidade, bom clima, gastronomia, contrastes paisagísticos e até segurança, e estas são as principais características que motivam, assim, de forma diferente todos aqueles que elegem as várias regiões do país para nos visitarem, tal como revelam a conclusão das análises aos dados de cada região.

Por exemplo, o turismo do Alentejo, ao contrário das regiões autónomas, é suportado pelo mercado interno. Os portugueses representam três quartos da procura turística no Alentejo, a região portuguesa que, em 2009, registou o maior aumento relativo do número de dormidas, 4,6 por cento, graças ao crescimento dos turistas nacionais.

Já na Madeira, o Reino Unido continua a ser o principal mercado emissor dos visitantes, seguido por Portugal e Alemanha. Mas se, na Madeira, os portugueses ainda ocupam a segunda posição em termos de turistas, nos Açores a realidade é bem diferente: um em cada cinco são oriundos da Dinamarca, seguindo-se a Suécia (13,6 por cento) e o Reino Unido (12 por cento). Portugal continental surge na quarta posição, com 10 por cento, sensivelmente o mesmo número que os turistas espanhóis.

Estes são alguns exemplos diferenciadores em termos da origem dos visitantes, mas há outros indicadores que diferenciam e/ou aproximam o perfil dos turistas portugueses. Por exemplo, o Alentejo atrai, sobretudo, turistas «entre os 25 e os 55 anos, em idade activa e escolaridade avançada, com filhos» e que denotam «forte apetência cultural», segundo dados oficiais. A região Centro, aquela onde 70 por cento do turismo também é nacional, é igualmente visitada predominantemente por famílias e jovens quadros activos, oriundos de Lisboa e Porto.

Já os portugueses que visitam Lisboa fazem-no por negócios. Para férias ou lazer são os visitantes oriundos de Itália, Reino Unido, Irlanda e Espanha aqueles que mais procuram a capital do país.

No Porto assistem-se a mudanças nos últimos anos. Os turistas já não estão a chegar do Reino Unido, mas de França, Espanha, Alemanha e Itália. A maior parte do total dos turistas estrangeiros que visita o Porto e norte de Portugal é cativada pela hospitalidade, segurança, património, gastronomia e beleza natural da região, referem os dados oficiais.

O maior destino e mais importante em termos de peso global no país - o Algarve - também regista diferenciações fortes ao nível, por exemplo, do perfil de gastos dos que lá pernoitam. O turista nacional que vai para o Algarve gasta 56 euros/dia e fica em casa própria ou de amigos, ao contrário do turista estrangeiro que prefere alojar-se em hotéis e pode gastar entre 164 a 200 euros numa jornada, indicam dados de um estudo da Universidade do Algarve.