Ficou na memória dos portugueses pela cara reguila e o olhar doce, mas agora, aos 19 anos, Tiago Fernandes vê o seu nome na comunicação social pelos piores motivos.

Suspeito de liderar uma rede de tráfico de droga, o actor foi preso pela PSP no passado dia 9, na Quinta do Lavrado, nas Olaias, em Lisboa, na sequência de uma investigação levada a cabo pelas autoridades que durou cerca de oito meses.

Apesar de não ter antecedentes por tráfico, Tiago Fernandes foi apanhado com seis gramas de heroína, quatro de cocaína e 115 euros em dinheiro. Porém, a família do jovem actor considera que nada disto faz sentido e que as acusações são despropositadas.

«Estou muito triste porque sou mãe. Mas sei que o meu filho não é um líder. Não há nada dentro de casa que me leve a pensar que ele é um líder. Não sei... O meu papel é diferente, eu sou a mãe, não é?!», afirma Paula Fernandes, ainda incrédula.

Quando recebeu a mensagem de uma amiga de Tiago, no dia 9, a pedir que levasse o bilhete de identidade do actor à esquadra da área, Paula Fernandes nunca pensou que o motivo fosse droga e suspeita de furtos.

«O Tiago nunca roubou um automóvel. Foi apanhado, isso sim, sem carta, mas a moto e o carro eram do pai. Roubos, nem pouco mais ou menos. Em relação à droga, não posso dizer que o meu filho não fume um charro, mas consumos de outras substâncias não me parece. E tráfico também não, nós somos pessoas humildes», justificou.

Embora a família do actor reclame a sua inocência, a verdade é que Tiago Fernandes, juntamente com os restantes sete detidos - cinco dos quais ficaram em prisão preventiva, foi ouvido pelo juiz Carlos Alexandre, no dia 10.

Ao que a Lux apurou, os indícios da PSP que levaram à detenção de Tiago Fernandes são muito fortes e envolvem um processo de investigação moroso, com vigilâncias na Quinta do Lavrado e no Bairro Horizonte, onde o actor vive com a família. Os vizinhos e amigos negam qualquer tipo de acusação e fazem questão de frisar a boa índole de Tiago Fernandes. ontudo, é a família que mais sofre com a sua ausência.

«Há um desespero muito grande. É um afastamento obrigatório. Durante o dia estou no emprego, mas à hora da refeição ele não está cá e isso é complicado. O irmão mais novo está a atravessar uma fase difícil, eles são muito apegados um ao outro. A irmã mais velha também está muito abalada, até porque trabalha num espaço de reinserção social. Estamos todos muito baralhados e surpreendidos», diz a mãe, para logo referir que ela própria já levou vários drogados para tratamento.

«Sempre me incomodou a droga e não era bom saber que tenho um filho que anda a destruir famílias e que tinha droga dentro de casa para matar os outros», referiu.

«Na visita não entrámos em pormenores, mas tentámos confortá-lo e mostrar-lhe que estamos do lado dele, que não está sozinho. Eu também não tenho argumentos para perguntar ao meu filho se é o líder de uma situação destas. Baseio-me em quê para lhe perguntar isto? Eu convivo diariamente com ele», exclamou visivelmente abalada.