A Naval 1º de Maio conseguiu um triunfo importantíssimo na luta pela permanência, ao vencer, na Figueira da Foz, o concorrente directo Paços de Ferreira. Num encontro típico entre duas equipas que precisam desesperadamente de pontuar, foi mais feliz o conjunto da casa, graças a um golo de Fajardo à entrada dos últimos dez minutos que castigou (ainda mais) a grande penalidade desperdiçada por Pedrinha no início da segunda parte.
A sorte esteve quase, quase a pender para o lado dos homens da Capital do Móvel. Pedrinha estava a onze metros de colocar a sua equipa em vantagem, mas encontrou um gigante, de seu nome Taborda, pela frente. O guarda-redes da Naval defendeu a segunda grande penalidade da época e inverteu o destino de um jogo que parecia não querer nada com a equipa da casa. As duas bolas nos ferros demonstram bem isso mesmo, mas à terceira a bola decidiu entrar na baliza de Pedro e definir o vencedor de um duelo entre aflitos.
Respira melhor a Naval, agora com 34 pontos, e afunda-se o Paços de Ferreira (31), mas nem tudo são más notícias para o conjunto minhoto. Apesar da derrota averbada hoje, a equipa de José Mota conseguiu ficar com vantagem no confronto directo com a Naval, graças ao triunfo, por 3-1, obtido no encontro da primeira volta. A ver vamos se isso terá alguma importância nas contas do final do campeonato.
Prometeu e não cumpriu
Quando, aos três minutos, Bruno Fogaça cabeceou ao poste na sequência de um livre de Carlitos parecia que a partida ia ser emotiva. Puro engano. A Naval procurou a baliza adversária, é verdade, mas raramente o fez da melhor forma, pese embora a boa atitude e a velocidade demonstradas por Fogaça e Saulo. O Paços de Ferreira acertou nas marcações e, a partir dos 20 minutos, passou a controlar o seu adversário, situação que não teve reflexo no ataque.
E quando assim é, restam os lances de bola parada ou os pseudo-lances de bola parada. Em cima da meia hora, a equipa da Capital do Móvel reclamou uma grande penalidade por alegada falta de Carlitos sobre Didi, mas ficou a sensação que o avançado brasileiro foi demasiado rápido a deixar-se cair no relvado, com Augusto Duarte a mandar jogar.
Até ao intervalo, apenas a claque da Naval constituída por crianças parecia desperta e só dois lances merecem destaque: um remate perigoso de Fajardo, após um bom trabalho de Bruno Fogaça, e um livre directo de Rui Dolores que obrigou o guarda-redes da Naval a fazer a defesa da tarde.
O azar de uns...
A segunda parte também não foi bem jogada, mas, pelo menos, teve emotividade para dar e vender. Se não, veja-se: logo no primeiro minuto, Franco comete falta sobre Didi dentro da área da Naval, com o árbitro a assinalar a respectiva grande penalidade. Pedrinha teve nos pés o primeiro golo da tarde, mas Taborda foi simplesmente enorme e travou o remate do médio pacense. Empolgaram-se os adeptos da casa que, aos 58 minutos, reclamaram eles próprios um penalty por alegada mão de um defesa do Paços de Ferreira. Augusto Duarte mandou jogar e a Naval continuou a crescer, começando a cheirar o golo aos 65 minutos, quando Fogaça rematou forte para uma defesa incompleta de Pedro, com a bola ainda a embater no poste da baliza forasteira.
«É azar a mais» pensariam os adeptos da Figueira da Foz que tiveram, no entanto, o motivo mais desejado para festejarem, à entrada dos últimos dez minutos. Perante a passividade geral, Fajardo foi galgando metros no meio-campo adversário e sem que nenhum adversário lhe saísse ao caminho optou, e bem, pelo remate. Bola no poste, mas desta vez a sorte não virou as costas à Naval. O golo estava feito e os três pontos garantidos.