O Sp. Braga terminou a pré-época com um empate em Newcastle que deixou boas indicações: acima de tudo relativamente à maturidade competitiva da formação de Jesualdo Ferreira.

Trata-se realmente de uma equipa adulta e que consegue marcar nos ritmos de jogo.

Sobretudo na primeira parte, quando o treinador fez alinhar os jogadores mais experientes, o Sp. Braga assumiu a posse de bola e manteve sempre o adversário sob controlo.

Ora quando o adversário joga em casa e dá pelo nome Newcastle, uma equipa cheia de estrelas como Ben Arfa, Coloccini, Santon, Sissoko, Jonas Gutierrez, Ameobi ou Papiss Cissé, o que o Sp. Braga adquire maior mérito.

É certo que um remate de Papiss Cissé que obrigou Eduardo a voar e um corte in extremis de Aderlan Santos colocaram a baliza bracarense em perigo, mas tudo o resto foi um Newcastle sem bola, sem ritmo e sem capacidade de construir jogadas de perigo.

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Por aqui também já se nota como o trabalho de Jesualdo começou a ser feito de trás: relativamente a isso, aliás, não haja mais dúvidas.

O Sp. Braga sabe posicionar-se, defende bem e joga compacta. É no fundo uma equipa organizada e que troca bem a bola. Falta nesta altura, pelo menos a avaliar por este jogo, o resto: capacidade de imprimir velocidade ao ataque, de dar profundidade ofensiva e de construir jogadas de perigo.

A equipa marcou de grande penalidade, no primeiro remate que fez à baliza, e só voltou a criar perigo num livre de Salvador Agra que passou perto da barra, já na segunda parte.

Teve de resto mais dois cruzamentos à procura de Edinho, que o avançado não conseguiu finalizar. Ora em jogadas de perigo, estamos conversados.

Quando falta uma semana para se iniciar o campeonato, onde já se sabe que o Sp. Braga vai encontrar adversários mais humildes e retraídos, é justo dizer que há carências no futebol bracarense.

Convém também dizer que há ainda uma grande diferença entre a equipa feita dos jogadores mais antigos e a equipa dos mais novos: Jesualdo mudou quase tudo na segunda parte e o futebol do Sp. Braga nunca mais foi igual: perdeu consistência.

Por isso o Newcastle marcou numa bola parada, teve ainda mais um golo bem anulado por fora de jogo e ameaçou voltar a marcar num par de remates. No fim pode dizer-se porém que o resultado foi justo.

O Sp. Braga termina aliás esta pré-época sem derrotas: e não jogou propriamente com adversários fáceis. Nenhum dos três grandes pode dizer o mesmo.

Ficha de jogo:

Estádio: St. James Park, em Newcastle

Árbitro: Lee Mason (Inglaterra)

NEWCASTLE: Rob Elliot (Tim Krul, 46m); Mathieu Debuchy (Anita, 75m), Mapou Yanga-Mbiwa, Coloccini e Santon (Dummett, 46m); Ben Arfa (Obertan, 88m), Cheick Tiote (Cabaye, 46m), Moussa Sissoko (Marveaux, 75,) e Jonas Gutierrez (Sammy Ameobi, 52m); Shola Ameobi (Gouffran, 64m) e Papiss Cisse (Steven Taylor, 75m).

Suplentes não utilizados: Dan Gosling.

SP. BRAGA: Eduardo (Cristiano, 46m); Baiano (João Pedro, 82m), Paulo Vinicius (Nuno André Coelho,46m), Aderlan Santos e Joaozinho (Florent, 87m); Luiz Carlos (Custódio, 46m), Ruben Micael (Luís Silva, 67m) e Mauro (Hélder Barbosa, 76m); Alan (Rafa, 46m), Edinho (Yazalde, 46m) e Felipe Pardo (Salvador Agra, 46m).

Suplentes não utilizados: Pedro Santos.

Golos: Alan (45m, g.p.) e Coloccini (59m).