A alegria de jogar voltou a inundar o rosto de Nuno Luís. O lateral da Académica cumpriu ontem os seus primeiros minutos de jogo, no «particular» frente ao Oliveira do Bairro, mais de três meses após ter participado num último encontro oficial, a 10 de Dezembro do ano passado, frente ao Marítimo. Nessa partida, o sub-capitão da Briosa foi forçado a sair ao intervalo, ao agravar uma lesão ao nível da cartilagem do joelho esquerdo, isto já depois de ter sido operado em Março de 2006 e ter ficado cerca de seis meses parado.
O problema que tem irá, todavia, acompanhá-lo até ao último dia nos relvados. Nuno Luís terá de cumprir um programa específico de treino, para não desgastar ainda mais a cartilagem, mas demonstra uma vontade indómita em persistir a fazer aquilo de que mais gosta. O jogo de ontem deu-lhe, finalmente, a certeza de que precisava. «Senti que posso continua a jogar futebol, apesar desta lesão que me irá acompanhar até ao fim da carreira. Terei de ter certos cuidados nos treinos, em conjunto com o departamento clínico, mas não me senti limitado a jogar. E isso deixa-me extremamente feliz e dá-me esperança para o futuro», conta, em conversa com o MaisFutebol.
O tempo de paragem, confessa, custou-lhe muito a passar. Agora, mais a frio, admite que todo este calvário poderia ter sido minimizado se não tivesse colocado o coração à frente da razão: «Foram três meses muito complicados. Vir de uma operação, em Março último, faz-nos, naturalmente, pensar que agora está tudo bem e, depois, ter de passar pelo mesmo outra vez, é bastante desagradável. A recaída foi motivada por um traumatismo sofrido no jogo e pela minha ânsia em querer continuar a ajudar a equipa. Em vez de parar após o encontro com o Marítimo, se o tenho feito mais cedo, se calhar, teria evitado estes três meses. Mas eu sou assim, gosto de jogar e defender a minha causa, que é a Académica.»
Nos momentos mais complicados, Nuno Luís viu-se assolado pelos mais diversos pensamentos. Alguns deles, deveras amargos. «Cheguei a pensar em abandonar o futebol. Felizmente, estive sempre rodeado de pessoas, nomeadamente a minha família mais directa, que me deram alento para não desistir. Fizeram-me ver que, se gosto tanto de jogar e sinto-me capaz de o fazer, tinha de continuar. Depois, tive ainda o apoio incansável do departamento médico, que me deu força. O resto, veio com a minha perseverança e capacidade de sacrifício», relembra
Regresso oficial frente ao U. Leiria
A chamada para o próximo jogo da Académica na Liga, frente ao U. Leiria, está no horizonte do experiente defesa, que, por motivos óbvios, reage com prudência: «Do ponto de vista clínico, sim, estarei apto a regressar, agora em termos físicos, não sei. Mas ainda tenho uma semana pela frente e sinto que tenho vindo a melhorar, de dia para dia, graças ao trabalho desenvolvido com o preparador-físico [Miguel Rocha]. Por isso, vamos ver.»