Foi há quase cinco meses que Nuno Valente se lesionou. No dia 4 de Setembro de 2004, num jogo ao serviço da Selecção Nacional na Letónia que depois haveria de provocar largos sorrisos por causa de uma moranguinho. Uma pancada obrigou Nuno Valente a sair lesionado. Nada de muito preocupante, pensava-se. «Terei de ser reavaliado mas parece ser uma entorse no joelho sem gravidade», confessou o jogador.
Os clínicos da selecção pensaram o mesmo, pensaram até que o jogador era recuperável para o jogo com a Estónia que se realizaria quatro dias depois. Uma ressonância magnética que indicaria até a não existência de uma lesão grave, pelo que se manteve ao serviço da selecção. Um dia depois Scolari optava por dispensá-lo. Nuno Valente regressa então ao F.C. Porto, naquele que foi apenas o início de mais uma polémica.
A entorse que afinal era um rotura parcial do ligamento cruzado
Os azuis e brancos reagiram com indignação ao tratamento dado ao lateral, revelando que os clínicos da selecção se recusaram a informar portistas sobre os resultados dos exames. A equipa das Quinas, através da Federação, responde que é mentira e que Nuno Valente levou um relatório clínico pormenorizado e um relatório do exame da ressonância magnética. O certo é que o F.C. Porto optou ele próprio por realizar um diagnóstico. E o que inicialmente tinha sido considerado uma entorse no joelho esquerdo transformou-se numa rotura parcial aguda do ligamento cruzado posterior.
Regresso aos relvados e recaída
Desde então passaram 146 dias e Nuno Valente nunca mais voltou a jogar. Quase cinco meses de paragem, de avanços, alguns, e recuos, muitos. Dia 26 do mesmo mês de Setembro, por exemplo, e depois de três semanas de recuperação, o lateral voltou ao relvado, e dia 11 de Outubro, curiosamente depois de um jogo da Selecção Nacional, voltou a trabalhar com bola. No fim-de-semana o F.C. Porto ia defrontar o Benfica e tudo apontava para um regresso do jogador. Na quarta-feira seguinte, contudo, Nuno Valente ressente-se da lesão, abandona a sessão e volta a parar.
O desespero e a ida a França
O tempo continua a passar e um mês depois deste episódio Nuno Valente continua sem poder fazer mais do que ligeiras corridas no relvado. A 14 de Novembro é conhecida a notícia que os responsáveis do F.C. Porto equacionam a hipótese de submeter o lateral a uma intervenção cirúrgica. O caso era delicado, falava-se de dúvidas sobre a possibilidade de recuperação e os azuis e brancos fazem tudo para proteger o jogador. Debaixo de um grande secretismo o clube leva Nuno Valente a Lyon para ser observado por um especialista francês neste tipo de lesões, auxiliado por José Carlos Noronha, clínico especializado em operações ao joelho.
As boas notícias chegaram depois: embora o tempo de paragem se previsse longo, o jogador não necessitaria de ser operado. Estávamos a 18 de Novembro. Nuno Valente mantém assim o plano de tratamento seguido até então, treino condicionado, ginásio e tratamento. Pinto da Costa dispara novamente na direcção da Selecção Nacional. «Prevendo que o Nuno Valente quando estiver bem e voltar à selecção possa passar por isto novamente, temos de tomar as nossas precauções e contratar um novo defesa-esquerdo em Janeiro», referiu. Entretanto chega Dezembro e chega Leandro.
Mais dois meses e finalmente a luz
Chega também Janeiro, os dias passam, e Nuno Valente começa finalmente a dar sinais de recuperação. Dia 11 deste mês o jogador volta a trabalhar integrado. Pela segunda vez desde que se lesionara em Setembro, o lateral treinava juntamente com os companheiros. Cerca de duas semanas depois disso, de acordo com as palavras de Victor Fernández, o jogador está finalmente pronto a regressar à competição. Entretanto passaram quase cinco meses. Ainda não se estreou na Superliga e apenas pôde ser opção para o treinador em Agosto, nas supertaças Cândido de Oliveira e Europeia. O último jogo que fez pelo F.C. Porto.