José Mourinho domina as capas da imprensa desportiva e dos jornais espanhóis. Fala-se em «Fim de ciclo», a «Marca» vai buscar uma foto da apresentação do treinador, há três anos, e escreve-lhe por cima «The Special End» e o jornal «El 9», da Catalunha, faz uma montagem do genérico dos Looney Tunes com Florentino Peréz e Mourinho, mais o remate «That's all folks».

Na imprensa, que foi o grande amplificador da tensão da relação de José Mourinho com o futebol espanhol, fazem-se balanços do que foi a passagem do português pelo clube, muitos deles críticos. Multiplicam-se os artigos de opinião. Na «Marca», um deles diz que Mourinho adotou «uma política de comunicação própria do populismo dos regimes autoritários», enquanto no «AS» uma análise aos números do português («50 milhões em contratos e 162 em contratações») e conclui que foi «o técnico mais caro com pior balanço nu triénio».

Mas o «AS» também não poupa Florentino Peréz, e diz que Mourinho, «à falta de outras glórias, cumpriu o papel de mau útil, absorvendo todos os golpes» e poupando o presidente do clube, que anunciou de caminho, depois de formalizar a saída do treinador, a sua recandidatura, em eleições que agendou para 16 de junho.

Na Catalunha, o «El Mundo Deportivo» fala em «Fim de ciclo», curiosamente a expressão que se usou há poucas semanas para falar do Barcelona. O generalista «El Mundo» dá conta do fim do «furacão» Mourinho com esta ideia: «O projeto de Mourinho no Real Madrid acabou por morrer de overdose.»