O jogo de domingo trazia novidades apenas no onze do Sporting. Benfica mantinha-se igual ao dos últimos jogos: Cardozo tinha de esperar. Já
Leonardo Jardim surpreendia, ao fazer alinhar um onze inédito. Os problemas com a cobertura do estádio não deixaram ver se a ideia resultava, e se de alguma forma o Benfica seria surpreendido.
Esperámos 48 horas e, nesta, terça, as equipas apresentaram se da mesma forma. E foi possível verificar que
a ideia de jogo de Jardim não resultou. Houve muito Benfica para pouco Sporting, nomeadamente na primeira parte.
O técnico do Sporting dizia no final que a derrota se deveu principalmente aos primeiros 30 minutos: incapacidade da sua equipa para ter posse de bola e para a fazer circular. Incapacidade para pressionar. Tem razão Jardim, mas
não foram só 30 minutos a explicar o jogo. Faltou tudo isso, é certo, mas o principal problema esteve do outro lado.
O Benfica apresentou-se como uma equipa que soube exactamente o que tinha de fazer no jogo. E como isso foi determinante! Foi forte desde o início, e
o segredo esteve na capacidade para pressionar num primeiro momento. Esteve também na paciência que demonstrou quando era preciso. Na circulação de bola, sempre à procura do momento certo para criar perigo. Foi rápido como é costume nas transições e sempre com o controle e domínio do jogo. A dinâmica e mobilidade do seu meio campo e ataque foram fonte de problemas constantes para a equipa do Sporting.
O jogo
andou à velocidade do melhor jogador em campo: Enzo Perez. Já era um dos mais importantes na estrutura da equipa mas a saída de Matic acentua ainda mais essa posição. Tem agressividade na conquista da bola, e inteligência quando a tem em seu poder. Sempre bem posicionado, é o equilíbrio da equipa. Recupera, assiste, controla, gere e ainda teve tempo para um momento brilhante, no lance do 2-0.
Outro momento chave do jogo é, para mim, o lance do primeiro golo: recuperação de bola, rapidez de execução, com um excelente cruzamento de
Maxi Pereira e uma finalização à altura, de
Gaitán. Tudo bem feito. Mas
será que falhou algo na equipa do Sporting? Sim. Perda de bola, equipa desequilibrada, mau posicionamento defensivo: foram demasiados erros.
E o Sporting nunca conseguiu ser a equipa consistente, junta e agrupada, que tem sido ao longo da época. O jogo do Benfica obrigou-o a entrar num jogo direto e foram poucas as vezes em que houve posse de bola continuada. A responsabilidade é de Jardim? É certo que enquanto líder a responsabilidade é dele. Mas, para mim, o que fica é a
incapacidade demonstrada pela equipa para fazer o que tinha feito até aqui, independentemente dos nomes e do sistema utilizado.
Algumas notas individuais:
Cédric e Piris viveram sempre em sobressalto. Intranquilos, por vezes mal posicionados tiveram dificuldade para resolver os seus problemas. A estreia de
Slimani a titular também não foi feliz. Esforçado, jogou em apoio frontal e procurou o espaço, mas nunca contou com o devido apoio colectivo.
Heldon estreou-se com a camisola do Sporting. Usou a velocidade para criar desequilibrios mas não foi suficiente. Fica na retina o bom lance que assinou aos 63 minutos.
Rui Patrício foi mais uma vez o melhor do Sporting, com presença na baliza e umas boas defesas, a evitar outro resultado. Do lado oposto,
Oblak mostrou-se confiante e seguro.
Por último uma nota positiva para
Marco Ferreira: apresentou-se tranquilo, seguro e fez uma
boa arbitragem.
Pedro Barbosa escreve
A sua revista digital
12 fev 2014, 11:57
O dérbi andou à velocidade de Enzo, o melhor em campo
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