Com uma exibição muito cinzenta, o Benfica deu um passo atrás na luta do título, ao empatar em Olhão, frente ao Olhanense, de forma muito lisonjeira. Carlos Fernandes e Toy marcaram os golos dos algarvios e Saviola e Nuno Gomes os do Benfica, na pior exibição da era Jorge Jesus.
A equipa do Olhanense, que durante a semana contou com a ajuda de um psicólogo, apresentou-se frente aos encarnados, no meio campo e ataque, com a formula de sucesso da última época. No 4x3x3 apresentado por Jorge Costa, Rui Baião regressou à equipa na (já) habitual posição de trinco. Castro e Rui Duarte completaram o miolo da equipa algarvia. No ataque, Toy e Ukra foram os extremos e Djalmir encarregou-se da zona frontal. Na defesa, Sandro voltou ao onze, por troca com Eder Baiano. Miguel Garcia e Carlos Fernandes, com normalidade, foram os laterais.
Aimar não apareceu no onze do Benfica (nem no banco esteve) e Jorge Jesus entregou a função de armador de jogo a Di Maria. Javi (trinco), Ramires e Coentrão completaram o meio campo encarnado, para servir Saviola e Cardozo, no ataque. Sem surpresas, o quarteto defensivo do Benfica: Maxi, Luisão, David Luís e César Peixoto.
Benfica sem ideias
A noite fria tolheu as ideias do Benfica na primeira parte, seguramente a pior desta época. Faltou Aimar, faltou quem pensasse o jogo ofensivo da equipa. Houve indisciplina a mais, faltou humildade, para um Olhanense transfigurado em relação aos últimos jogos. O pensamento já estaria no jogo com o FC Porto?
Assim, os algarvios aproveitaram a ausência dos encarnados para assumirem o jogo, com muita concentração e garra, conseguindo dar cor a esse estado no marcador, logo aos 9 minutos, por Carlos Fernandes, na sequência de um livre de Rui Duarte, beneficiando de um desvio de cabeça de Maxi Pereira. Os encarnados acisaram o golo, e Castro teve dois remates seguidos com perigo para a baliza de Quim. Só aos 15 minutos o Benfica chegou á baliza do Olhanense, numa cabeçada de David Luís. Aos 21 minutos Saviola perdeu excelente oportunidade para empatar, no melhor período do Benfica. Aos 26, Djalmir foi expulso depois de se envolver em confusões com Coentrão e Cardozo, e o Benfica empatou dois minutos depois por Saviola, que aproveitou saída em falso de Ventura, num canto de Di Maria.
Mas o sol brilhou por pouco tempo na exibição encarnada, pois, cinco minutos depois, e em inferioridade numérica, o Olhanense avançou de novo no marcador, por Toy, na sequência de novo livre de Rui Duarte, e tal como no primeiro golo dos algarvios, aproveitando a passividade defensiva do Benfica, desviar de cabeça.
O Benfica ainda reagiu, por Saviola, isolado após jogada de César Peixoto, sanada por Ventura. Só que um acto sem perdão de Di Maria, voltou a abalar as hostes encarnadas, ao agredir Carlos Fernandes, sendo naturalmente expulso, afastando-o também do jogo com os dragões. Outra baixa para o próximo fim-de-semana, deverá ser Ramires, que se lesionou pouco depois, aparentemente com alguma gravidade.
Para a segunda parte, Jorge Jesus colocou Filipe Menezes em jogo, certamente para coordenar as ideias da equipa, mas tal não resultou na prática, já que o Olhanense defendeu com acerto e raramente pairou a sensação de o Benfica conseguir marcar. Para completar a aziaga exibição da equipa, Coentrão ainda viu um cartão amarelo, que o vai afastar do jogo com o FC Porto.
Com a carne toda no assador, o Benfica amenizou estragos com um golo de Nuno Gomes perto do final do jogo, numa altura em que o Olhanense jogava com nove, depois da expulsão de Miguel Garcia. Um empate caído do céu, afortunado ainda por incrível perdida de Tengarrinha, isolado e deslumbrado, quando já passavam quatro minutos do tempo regulamentar, com remate em queda a passar perto do poste esquerdo da baliza de Quim.