Olympiakos e Wolverhampton empataram 1-1 num dos duelos mais portugueses de sempre entre duas equipas estrangeiras na Liga Europa. Dois treinadores, dois guarda-redes, mais cinco jogadores de campo e outros quatro no banco. Uma eliminatória com forte marca portuguesa, que o digam Rúben Semedo, expulso ainda antes da meia-hora de jogo, e Pedro Neto, que marcou o golo do empate dos ingleses. Um empate que deixa tudo em aberto, basta recordar que a equipa de Pedro Martins, na eliminatória anterior, foi a Londres eliminar o Arsenal.

Ambiente frio, com as bancadas despidas e com a equipa de Pedro Martins a entrar no jogo com uma elevada posse de bola. A equipa grega trocava a bola de uma ala a outra, passando pelos centrais, vezes sem conta, diante de um adversário que estava firme nas suas convicções posicionais e que, assim, não precisava de se mexer muito para controlar os movimentos dos gregos.

A primeira parte foi, assim, pachorrenta. Sem a habitual pressão das bancadas, a equipa grega não se inibia de passar a bola, vezes sem conta, para Rúben Semedo que, por sua vez, dava-lhe seguimento para uma das alas. A equipa repetia este movimento vezes sem conta e, depois, tentava surpreender o adversário com um passe em profundidade a tentar solicitar Valbuena ou El-Arabi.

O Wolverhampton, por seu lado, manteve-se firme, controlando o adversário, ficando à espera de um erro, de um mau passe, que lhe permitisse responder. Massouras ainda atirou à trave, mas o lance estava comprometido com o posicionamento ilegal de El-Arabi. Foi por esta altura que houve alguma emoção no jogo. Transição rápida do Wolverhampton, com Rúben Neves a destacar-se com espaço e a ser derrubado, já à entrada da área, por Rúben Semedo. Vermelho direto para o central português que ainda há pouco tempo tinha sido expulso por empurrar um apanha-bolas.

Num ápice, o equilíbrio de forças alterou-se e Pedro Martins teve de prescindir de Masouras para reequilibrar a defesa com Cissé, o Wolverhampton passou a ter mais bola, mas o ritmo continuou muito baixo, muito próximo do bocejo, com as duas equipas a arriscar muito pouco.

A segunda parte começou com a equipa inglesa a procurar impor o seu jogo, com os portugueses muito ativos no meio-campo, mas foi o Olympiakos que chegou à vantagem. Camara ganhou profundidade sobre a direita, solicitou entrada de Guilherme que, com um toque, tirou Coady do lance, e cruzou para o segundo poste onde El-Arabi só teve de encostar. Mesmo a jogar com dez, a equipa do Pireu colocou-se em vantagem.

O Wolverhampton procurou reagir rápido e acentuou a pressão, procurando abrir caminho pelas alas. Jiménez, a passe de Pedro Neto, esteve muito perto de empatar, com um forte remate. José Sá deixou a bola escapar entre as luvas e foi atingido na face, mas segurou a curta vantagem.

A equipa de Nuno Espírito Santo acabou por chegar ao empara num lance de laboratório, sob orientação de João Moutinho. Na marcação de um livre, Moutinho afastou Rúben Neves, pediu a Pedro Neto para ficar por ali, depois passou por cima da bola, deu de calcanhar e Neto disparou. A bola ainda sofreu um desvio na barreira e traiu José Sá.

O Wolverhampton estava, nesta altura, claramente por cima do jogo e a reviravolta no marcador parecia iminente, com Diogo Jota e particular destaque. Pedro Martins, atento, procurou mais uma vez equilibrar a sua equipa prescindindo de El-Arabi para reforçar o meio-campo com Fortounis. 

O jogo ainda ficou mais português, com Pedro Martins a lançar Bruno Gaspar e Nuno Espírito Santo, que já tinha apostado em Pedro Neto, a permitir também o regresso de Daniel Podence ao Pireu.

O jogo seguiu intenso até ao final, mas não houve mais golos e ficou tudo adiado para o segundo jogo no Estádio Molineaux.