Por mais voltas que dê... custa-me perceber. Objetivamente: não consigo perceber quais as razões que levam o português Luís Figo, antigo enorme futebolista luso, antigo grande capitão da Seleção Nacional, que se saiba ainda português de nacionalidade, a apresentar as linhas programáticas da sua candidatura a presidente da FIFA em Inglaterra. Isto já depois de ter escolhido a CNN para nota dessa vontade ao mundo, para mais quando desde o primeiro minuto a FPF se vinculou ao seu propósito.

A apresentação era para ser até ontem em Stamford Bridge, casa do Chelsea e onde é rei José Mourinho, seu ex-treinador. Daí também a minha surpresa (diz-se por questões logísticas…) pela mudança para o estádio de Wembley. Mas a cerimónia até podia acontecer no Palácio de Buckingham, desde que a Rainha estivesse para aí virada, pois a sua vontade de dar este passo em Inglaterra estava decidida. E quando um dos seus últimos apoios é David Beckham. . .

Porém, teimoso como sou, enquanto não forem explicadas as razões porque um candidato luso à presidência da FIFA teve lugar em Inglaterra não me conformo. Logo numa altura em que, dizem os políticos no poder, Portugal volta a ser um País, com a economia a crescer e a ministra das Finanças disposta a antecipar o pagamento de parte do empréstimo a quem nos tem infernizado a vida.

Quanto à eleição propriamente dita, acho que o candidato luso sabe bem o que o espera. Blatter domina, tem tudo controlado e deve necessitar de um novo mandato para arrumar algumas contas. Mas aquilo que vai aprender em vários confrontos vem, parece-me, ao encontro daquilo que pretende: apresentar-se mais musculado no futuro e, aí sim, com hipótese de poder sonhar com um cadeirão tão desejado por tantos.

Ou então, a mudança de local, que para mim é o menos importante, ficou a dever-se aos atos de racismo protagonizados por adeptos do Chelsea em Paris. Vergonha das vergonhas que, tenho a certeza, não passará impune. Com o clube a dar o primeiro passo no sentido de expurgar gente que não respeita o seu semelhante, porque a pele tem um tom diferente.

PS: Sou apreciador de uma boa cerveja, nada tenho contra as empresas que patrocinam seja o que for, mas depois do episódio em que Rui Patrício, guarda-redes incontestado da Seleção Nacional, foi vilipendiado, se já gostava da outra marca… agora ainda gosto mais