P.S. (Para Seguir) é um espaço assinado pelo jornalista Nuno Travassos, que pretende destacar jogadores até aos 21 anos. 

Já com a fase de grupos encerrada, o Campeonato da Europa de sub-17 começa a distinguir talentos nos relvados de Baku, a capital de Azerbaijão. Alguns deles ao serviço de Portugal, a seleção com o melhor registo da primeira fase, liderada por José Gomes (um goleador já destacado pelo Maisfutebol), mas com outros nomes também a justificar destaque neste espaço, em breve. Para já o olhar centra-se noutra candidata ao título, a Espanha, e para o seu 10: Brahim Abdelkader Díaz.

Com pai marroquino e mãe espanhola, este médio ofensivo já foi um símbolo da cantera do Málaga, onde entrou com sete anos. Saiu aos catorze, contratado pelo Manchester City, que terá desembolsado perto de 400 mil euros, mas com o negócio a poder alcançar valores próximos dos três milhões de euros, dependendo da progressão do jogador, que assim seguiu os passos do treinador Manuel Pellegrini.

Brahim mudou-se para Inglaterra em janeiro de 2014, mas teve de esperar pelo 16º aniversário (3/8/2015) para ser inscrito. Durante um ano e meio limitou-se a treinar e a disputar alguns jogos particulares ou torneios. Só no início da presente temporada é que ficou habilitado a jogar oficialmente pelo Manchester City, e não foi preciso muito tempo para que começasse a jogar pela equipa de equipa de sub-21 (com 16 anos), inclusive ao lado do português Jorge Intima, antes deste ser emprestado ao Arouca, em janeiro.

Foi notícia por um golo ao serviço da equipa de sub-18, participou também na Youth League e ganhou um lugar no Europeu de sub-17, onde tem sido a principal figura da seleção espanhola. Pode jogar a partir das alas ou no corredor central, mas sempre numa perspetiva de aceleração do jogo, de verticalidade. Olhos postos na baliza e bola colada ao pé, seja ele qual for, com uma qualidade técnica que deixa qualquer defesa à beira de um ataque de nervos.

As comparações com Messi são tão habituais quanto perigosas, mas reportam aos anos em que o Barcelona desenvolveu esforços para contratar Brahim Díaz ao Málaga (também noticiados pelo Maisfutebol). O emblema catalão até teria um acordo com o pai do jogador para uma transferência aos 16 anos, mas sem validade legal, superado depois financeiramente pelo Manchester City. Curiosamente, quando visitou Camp Nou, aos 10 anos, Brahim chegou a encontrar-se com Pep Guardiola, o técnico que agora vai trabalhar nos «citizens». Pode dizer-se então que o futuro de Brahim está entregue à família Guardiola, até porque o empresário é o irmão do treinador, Pere.