P.S. (Para Seguir) é um espaço assinado pelo jornalista Nuno Travassos, que pretende destacar jogadores até aos 21 anos.

Depois de Sofiane Diop, destacado em dezembro de 2021, voltamos ao Principado para destacar mais um jovem a dar cartas no Mónaco: Benoit Badiashile acaba de fazer 21 anos, mas já vai na quarta temporada a jogar regularmente na equipa «rouge et blanc».

Nascido em Limoges, Benoit cresceu a seguir os passos do irmão, ainda que este se tenha tornado guarda-redes. Loic está agora no futebol espanhol, ao serviço do Inter de Madrid, mas também representou o Mónaco. Subiu à equipa principal em 2016, precisamente o ano em que o irmão foi recrutado para a academia do clube.

Benoit fez a estreia pela equipa principal do Mónaco a 11 de novembro de 2018, e logo frente ao Paris Saint-Germain, que nesse dia foi ao Estádio Louis II golear por 4-0, com três golos de Cavani e um de Neymar.

O treinador do Mónaco era Thierry Henry, que algumas semanas depois deu um raspanete ao jogador por este não ter arrumado a cadeira, depois de uma conferência de imprensa da Liga dos Campeões.

O momento tornou-se viral, mas não abalou a confiança de Badiashile. Henry até acabou por deixar o Principado pouco depois, e o regressado Leonardo Jardim manteve a aposta no promissor defesa. Robert Moreno e Niko Kovac passaram depois pelo banco do Mónaco, agora ocupado por Phillipe Clement, e Benoit nunca perdeu influência, o que atesta a sua capacidade.

Apesar da paragem relativamente longa a que foi obrigado recentemente, por lesão, o central soma 26 jogos na presente temporada.

Internacional sub-21 francês, foi convocado para a fase final do Campeonato da Europa de 2021. Ainda não fez a estreia pela seleção principal, e é difícil antecipar uma presença no Mundial do Qatar, tendo em conta a forte concorrência, mas tem tudo para ser um dos nomes de futuro da representação gaulesa.

Com 1,94 metros de altura, é um defesa dominador no jogo aéreo, que se sente confortável tanto a jogar mais recuado como integrado num bloco mais subido, já que mostra capacidade para controlar o espaço.

Pode, em todo o caso, melhorar a sua eficácia defensiva, até ao nível da postura corporal, mas também no que diz respeito aos níveis de concentração e à tomada de decisão (uma característica que não se deve valorizar apenas no último terço).

Apesar da dimensão física que impõe, é de realçar a qualidade que revela na construção de jogo, com um pé esquerdo bastante refinado.