P.S. (Para Seguir) é um espaço assinado pelo jornalista Nuno Travassos, que pretende destacar jogadores até aos 21 anos. 

A goleada ao Atlético de Madrid é um bom pretexto para destacar um dos talentos do Borussia Dortmund, até porque a equipa de Lucien Favre venceu dez dos doze jogos disputados (zero derrotas) e lidera tanto o grupo da «Champions» como a Bundesliga. A escolha de um nome não é fácil, tendo em conta que Zagadou, Dahoud e Sancho já aqui foram destacados, mas a juventude da equipa oferece alternativas como Jacob Bruun Larsen, um jogador recrutado ao Lyngby em janeiro de 2015, quando tinha apenas 16 anos, e que tem conseguido algum protagonismo inesperado na formação alemã.

Foi precisamente a 26 de outubro, mas de 2016, que o dinamarquês fez a estreia pela equipa principal do Borussia Dortmund, em jogo da taça com o Union Berlin. Teve de esperar quase um ano para realizar o primeiro jogo na Bundesliga, frente ao Hamburgo, e em janeiro de 2018 foi emprestado ao Estugarda à procura de ritmo competitivo, mas não foi feliz. Logo no primeiro jogo cometeu um penálti e acabou substituído ao intervalo. A derrota com o Schalke (0-2) ditou a saída do técnico Hannes Wolf, que conhecia Larsen dos tempos em que trabalhou na formação do Borussia.

O extremo fez apenas quatro jogos pelo Estugarda (pouco mais de 100 minutos), mas o diretor desportivo Michael Reschke revelou que o clube estava disposto a bater o recorde para contratar Bruun Larsen por 12 milhões de euros.

Michael Zorc, diretor desportivo do Borussia Dortmund, garantiu depois que essa proposta não existiu, mas a verdade é que Bruun Larsen regressou à «casa-mãe», e sem guia de marcha. Mesmo com concorrência de peso, o jogador de 20 anos tem justificado a oportunidade, e soma três golos e duas assistências em sete jogos.

O internacional olímpico dinamarquês pode não ter a capacidade técnica de Sancho ou mesmo Pulisic, por exemplo, mas compensa isso em verticalidade e pragmatismo. É um ala muito agressivo com bola (no bom sentido, portanto), que gosta de ir para cima do defesa. Um extremo com uma seta apontada à baliza, em diagonal. Seja com a bola nos pés, com uma condução confiante, ou mesmo sem bola, a aparecer na área para finalizar.

A febre amarela voltou em força, e Bruun Larsen é mais um sintoma disso mesmo.