A mesma entrega, a mesma vontade, domínio equilibrado, oportunidades repartidas e...um golo a mais numa das balizas. Esta noite, na Mata Real, Paços de Ferreira e Feirense foram iguais em quase tudo, menos no dado que faz a diferença no futebol: os golos. Ganhou a equipa de João Henriques, consumando a ultrapassagem ao rival. Duas vitórias em dois jogos para o novo timoneiro pacense. Confiança plenamente recuperada.

Se é certo que a vitória do Paços de Ferreira está longe de ser desajustada, porque a eficácia dita leis, também é verdade que se o jogo terminasse empatado ninguém poderia reclamar, atendendo ao que se viu.

Até porque oportunidades reais foram coisa que não abundou no encontro. Não foi mal jogado nem aborrecido, sublinhe-se, mas faltou sempre algo mais quando a hora decisiva se aproximava. A ponto de os golos terem sido os verdadeiros momentos em que o perigo rondou.

Marcou primeiro o Feirense, numa grande penalidade discutível, que Gonçalo Martins demorou a assinalar, mas acabou por apitar. A bola vinda de Hugo Seco bate no braço de Ricardo, mas a uma distância que não é, sequer, de um metro. Edson Farías, indiferente, colocou a equipa de Santa Maria da Feira na frente.

Mas foi por pouco tempo. O golo tinha caído praticamente do céu e o Paços tratou de repor as coisas na ordem que parecia fazer mais sentido. Quatro minutos depois do golo do Feirense veio o empate. Quiñones entregou em Ruben Micael que devolveu ao colombiano com um passe açucarado. Dois toques e golo. Era mais justo assim.

Até ao intervalo, só um desvio de Luís Rocha para a própria baliza teve ares de lance de perigo, mas Caio Secco resolveu com tranquilidade.

O segundo tempo não trouxe muitas diferenças, convém sublinhar. O domínio continuou repartido. Começou melhor o Paços, equilibrou e passou para cima o Feirense. Luís Aurélio, dois minutos depois de Assis ter rematado sobre a trave, fez o mesmo na área contrária, mas em muito melhor posição. Era a melhor oportunidade do Feirense no jogo, ao minuto 63.

Já tinha passado, então, a fase melhor do Paços e os homens de Nuno Manta pareciam por cima. Começava, também, o jogo dos bancos, estreado por João Henriques que lançou Mabil e André Leal, sempre sem mudar o esquema. Nuno Manta arriscava mais ao juntar Karamanos a João Silva na área, estreando o avançado grego nesta segunda passagem pela Feira. Saía Graça. E caía a vantagem. Sem tempo para, sequer, perceber se a mudança resultava.

No lance imediatamente seguinte à entrada de Karamanos, Gian aproveitou uma segunda bola para encher o pé o fazer o melhor golo da noite. Tal como o penálti de Edson Farías, também aqui parecia uma dádiva divina que contrariava a ordem natural do jogo.

O Feirense carregou até ao final, viu Bruno Santos tirar o pão da boca a João Silva na área e um remate de Edson Farías rasar o poste, já nos descontos. Mas não inverteu o que o golo de Gian desequilibrara.

O triunfo foi mesmo para o Paços de Ferreira que, pela primeira vez esta época, ganha dois jogos seguidos. João Henriques mudou mesmo muita coisa.