De um lado a escola holandesa, do outro a paixão uruguaia. Esta é uma das formas de antever o jogo das meias-finais do Mundial 2010 que se vai disputar na Cidade do Cabo, já nesta terça-feira. Pelo menos é para a alma do adversário que o seleccionador holandês mais olha, antes de rolar a bola.

«Mostram imensa paixão quando jogam, e isso deve servir de exemplo. É uma equipa muito perigosa, e não é por acaso que chegaram até aqui», disse Bert van Marwijk, na conferência de imprensa de antevisão do encontro.

A Holanda nunca conquistou o título mundial, mas na década de 70 foi duas vezes à final. O seleccionador sonha chegar mais além, mas para já quer concentrar-se apenas no Uruguai. «Não quero falar da final. Primeiro temos de jogar a meia-final. Tenho imenso respeito por quem conseguiu isso, no passado. Chegar à final não é suficiente. Eu quero ganhar, mas não quero falar da final», respondeu.

Wesley Sneijder tem estado em destaque, e frente ao Brasil foi o principal obreiro da reviravolta. Bert van Marwijk prefere repartir os elogios, mas assume que o médio do Inter tem sido fundamental: «Está a fazer um excelente torneio, mas não é o único. Mostra uma grande condição física. Treina a 100 por cento, desde o primeiro dia. Mesmo depois de ter conquistado a Liga dos Campeões.»

Arjen Robben é outra das figuras. O médio falhou os primeiros jogos, devido a lesão, mas ainda apareceu a tempo de lutar por uma presença na final. Acusado por alguns de ser um jogador que simula muito, o esquerdino recebeu o apoio do seleccionador: «Não penso que faça isso deliberadamente. É incrivelmente rápido e criativo. Enfrenta o adversário muitas vezes, e por isso sofre muitas faltas. No passado talvez tenha feito isso, mas já aprendeu.»