Começou a jogar no Instituto de Córdoba, para onde foi jogar aos 10 anos. Há três épocas veio jogar para o Palermo, emblema que defende atualmente. Paulo Dybala já não é um total desconhecido para o futebol europeu, portanto. Mas o avançado argentino foi agora descoberto pelos clubes mais poderosos da Europa. E essa descoberta é feita em forma de interesses concretos na sua contratação.

Pelo andar das notícias, meia Europa (que já incluiu o Benfica nas notícias) começa a ser relacionada com o interesse em contratar o jovem avançado argentino de 21 anos (15/11/1993). Entre os clubes de que se fala agora, o Barcelona é o mais recente. Mas também o Manchester United já foi envolvido oficialmente, assim como Juventus e Arsenal foram formalmente incluídos na corrida.

Dybala é tido pela comunicação social da Catalunha com um dos jogadores alvo de Ariedo Braida, o diretor desportivo do Barça. Numa entrevista à «Radio Belgrano», no mês passado, o jogador acabou até por dizer que «para o Barcelona iria a nado e sem contrato». Mas, já nesta semana, quer o presidente do Palermo, quer os representantes do avançado argentino foram mais pragmáticos.



Maurizio Zamparini, presidente do Palermo, na semana passada, à «Radio Marte»:
«A Juventus e o Arsenal já fizeram uma oferta pelo miúdo. As minhas exigências? Não se alteraram. Alguém como Dybala não pode valer menos de 40 milhões. Ele preferia permanecer em Itália, ainda quer jogar na Serie A. Dos ingleses que o pretendem, o Arsenal é a primeira escolha pelo modo de jogar de Wenger.»

Zamparini diz que as suas exigências não mudaram porque, em janeiro, contou o que disse ao Manchester United, em declarações à «Radio Due», citadas pelo «The Guardian»:
«O Dybala vale mais de 40 milhões de euros, mas não o vendo até junho. Muitos clubes estrangeiros perguntaram por ele, incluindo o Manchester United. Eu disse ao clube inglês que ele não está para venda agora, mas que podemos falar de novo daqui a seis meses.»

Na semana que passou, no mesmo dia em que o presidente do Palermo confirmou Juventus e Arsenal, Gustavo Mascardi, um dos representantes do jogador falou assim ao «Calciomarket» da «Gazzetta Tv»:
«Chegaram muitas boas ofertas por Dybala e dependerá do Palermo. Até do estrangeiro as ofertas são importantes, em particular de um clube inglês. Em Itália, interessa a dois, três clubes. O apreço do Inter e de Mancini? Nenhum treinador não pode não falar bem dele. Também deve estar interessado no Paulo, mas nem todos estão à altura do valor dado por Zamparini. Se ficar em Itália é bom. O Nápoles? Tem de fazer um esforço...»


Roberto Mancini, também no mesmo dia que Zamaparini e Mascardi, falou assim, citado pelo «Corriere dello Sport»:
«Vi o Dybala jogar nos últimos quatro meses porque, primeiro que tudo, não o conhecia bem. Tem muita qualidade, é um rapaz jovem e vai tornar-se um grande jogador. Não creio que tenha grandes dificuldades em jogar com Icardi ao nível das características técnicas. Estamos a falar de um jogador do Palermo, mas de qualquer forma é um muito bom.»



Dybala tem contrato com o Palermo até 2016. Mas Zamparini aceita perder a sua joia da coroa pelos 40 milhões de euros. O avançado argentino está na sua época de afirmação europeia e o cerco dos mais poderosos financeiramente aperta. Dybala marcou neste domingo o 13º golo em 28 jogos nesta temporada (além de sete assistências).

Na época anterior, o argentino marcou cinco golos e fez seis assistências nos mesmos 28 jogos. Na época de estreia em Itália, em 2012/13, Dybala marcou três golos. Veio para Itália com 18 anos depois do ano de estreia como sénior pelo Instituto de Córdoba que o formou. E pelo qual marcou 17 golos e fez cinco assistências em 40 jogos (na segunda divisão argentina) em 2011/12.

Dybala estreou-se pelo Instituto com 17 anos, como o lendário Mario Kempes. E entrou a bater o recorde que o campeão do mundo em 1978 tinha estabelecido no clube em 1972. Como Kempes, marcou sete golos nos primeiros dez jogos, menos de dois meses depois da sua estreia. Mas enquanto o avançado da primeira seleção argentina campeã do mundo só conseguiu o primeiro hat-trick com 18 anos e 22 dias, Dybala marcou três golos no mesmo jogo com 17 anos, 10 meses e 23 dias, no décimo jogo com a camisola vermelha e branca.

Foi premonitório para o clube que também já tinha dado Osvaldo Ardiles ao futebol argentino que o marcador do seu golo 1.000 na Segunda Divisão B Nacional fosse aquele que bateu o recorde de Kempes. Para Dybala, anunciava-se um futuro prometedor, que o trouxe para a Europa logo na época seguinte. E que, agora, está a deixá-la de água na boca.

Com um avô polaco e uma avó italiana, Paulo Dybala não tem qualquer internacionalização ainda por qualquer uma das suas três nacionalidades. Zbigniew Boniek, o presidente da federação da Polónia, já afirmou que não está interessado em convidar um jogador não nascido no seu país. O selecionador da Itália, Antonio Conte, pelo contrário, já terá convidado Dybala para a «squadra azzurra». Mas terá também visto o seu convite recusado.

Dybala nasceu na Argentina, na província de Córdoba, e já revelou o desejo de jogar pela albi-celeste, ao lado de Lionel Messi. A Europa terá de contentar-se com tê-lo nos seus clubes. A técnica elevadíssima com expoente no pé esquerdo deste avançado veloz que marca e dá a marcar vão justificando a atenção. Para ele, junho está já aí...