O internacional português Paulo Santos explicou esta segunda-feira o que o levou a avançar para a rescisão com justa causa com o Sp. Braga. O guarda-redes viu a Comissão Arbitral Paritária dar-lhe razão no processo contra os bracarenses e agiu deste modo porque não pactua «com actos discriminatórios». Sem perceber as razões pelas quais foi colocado a treinar à parte, Paulo Santos lembrou que colocou o clube à frente da própria saúde.
«Infelizmente, estou numa situação na qual nunca quis estar, o mais correcto era ter chegado a um acordo com o Sp. Braga», começou por referir, em conferência de imprensa, no Sindicato dos Jogadores (SJ), em Lisboa. «No dia 23 de Junho, o Sp. Braga apresentou-se para a nova época, a mim disseram-me para continuar de férias, mas eu queria treinar com os meus colegas e até 31 de Agosto, tudo fiz para encontrar uma solução que, não sei porquê, não se concretizou», explicou o guarda-redes.
«O Sp. Braga colocou-me a treinar à parte mas como não pactuo com actos discriminatórios avancei para a rescisão com justa causa», declarou. «Dei tudo pelo Sp. Braga, e, inclusive, coloquei o clube à frente da minha saúde», sublinhou, para lembrar que neste momento é «um jogador livre».
Paulo Santos não sabe o que aconteceu em concreto para ter sido colocado à parte. «Não sei, não encontro explicação nenhuma para o clube ter esta atitude, estive a cem por cento no Sp. Braga, no último jogo que fiz para a Taça UEFA fui para dentro de campo quando não tinha condições para isso e, a partir daí, as coisas não correram bem», recordou.
O guarda-redes foi depois questionado sobre se tinha havido algum caso de indisciplina: «Da minha parte não, sempre me dei bem com as pessoas, não há ninguém que possa apontar-me seja o que for. Tenho pena de ter chegado a este ponto, porque quando olhar para a minha carreira vou recordar os momentos que passei no Sp. Braga.»
O internacional português disse que nunca falou com o treinador Jorge Jesus e que agora «falta receber» aquilo a que tem direito», para depois revelar que teve uma oferta no Verão para mudar de clube: «Entre Junho e Agosto, o Sp. Braga apresentou-me uma proposta, na qual o V. Setúbal pagava uma parte do meu salário. Mas a parte do Sp. Braga não cobria o que estava no contrato e eu sempre disse que queria receber tudo o que estava estipulado.»
Paulo Santos considera que «o Sp. Braga é uma equipa respeitada a nível nacional e internacional» e que ele próprio «contribuiu» para isso. «Tive muitas lutas de mentalidade dentro do clube, fui a um Mundial e dei prestígio ao Sp. Braga», afirmou, para argumentar depois: «Nos quatro anos em que lá estive fomos sempre uma das defesas menos batidas.»
Por fim, o guardião revelou que já teve «algumas propostas», mas que aguarda outras «para decidir» o futuro.