Este fim-de-semana as televisões trouxeram-nos finais de diversos países e houve futebol para todos os gostos.

O
Barcelona-Atlético de Madrid da última jornada da Liga espanhola decidia o campeão. Não era uma final como as que vou referir abaixo, mas decidia tudo. O campeão espanhol ia ser encontrado. Quem levou a melhor foi o Atlético. 

Um feito que poucos apostariam (e quem o fez ganhou muito dinheiro) perante os colossos Barcelona e Real Madrid. Mas venceu porque foi melhor, consistente e uma verdadeira equipa.

Simeone foi o mestre de uma equipa que demonstrou o que é realmente uma equipa, na verdadeira acepção da palavra. São operários mas também têm classe. Pressionam alto mas também baixam e fecham os caminhos da sua baliza quando têm de o fazer. Gostam de ter a bola e marcar o ritmo mas não têm problemas em chutar para cima quando é preciso. Assumiram desde o início o seu jogo e foram fiéis até ao fim.

Intensidade, agressividade na conquista da bola e uma luta constante foram as imagens de marca desde a chegada de Simeone. Este ano foram excepcionais. Junta-se a isto a qualidade individual e colectiva que apresentaram e demonstraram que foram os melhores.

O último jogo em Barcelona revelou isto mesmo. Apesar de estar a perder ao intervalo por um golo, voltou com uma força tremenda e sufocou o Barcelona até marcar e empatar o jogo. Imagino as palavras de Simeone ao intervalo. Injecção de moral, de confiança e de acreditar que só faltam 45 minutos para fazer história. O resto foi o que vimos. E o que dizer dos aplausos dos adeptos do Barcelona no final saudando os novos campeões?
Extraordinário. Merecem aplausos.

Em Inglaterra também se jogou a final em Wembley. Arsenal e Hull City decidiam quem levava a taça para casa. A final da Taça de Inglaterra é extraordinária. Já no fim do jogo, ao ver a subida dos jogadores para a entrega das medalhas e da taça fez me voltar atrás no tempo em que era miúdo e assistia pela televisão a todo aquele ambiente da final. Espectáculo, todo aquele cerimonial e a forma como se vive a final da Taça de Inglaterra. Grande estádio e desta vez sem a rainha de Inglaterra, mas com a presença do futuro rei, o príncipe William.

Em relação ao jogo, apenas vi o prolongamento mas a verdade é que começou mal para o Arsenal. A perder por dois golos aos 8 minutos, a vida de Arsene Wenger corria mal. O empate lá chegou mas foram para prolongamento. E Wenger fez apenas uma substituição em 105 minutos de jogo. Deixou para o intervalo do prolongamento as outras duas. De uma assentada colocou Rosicky e Jack Wilsehre, o que dá para ver a qualidade dos que tinham ficado de fora. Feliz do treinador que tem estas opções. Acabou por dar certo e terminar com o jejum de nove anos sem títulos.

Na Alemanha também se realizou o último jogo. Frente a frente as duas melhores equipas e dois treinadores muito bons, cada um ao seu estilo. No início da temporada, o Dortmund de Klopp levou a melhor sobre o Bayern de Guardiola. Desta vez os papéis inverteram-se e o Bayern venceu.  Guardiola, em ano de estreia, faz a dobradinha mas ficou com a noite da derrota copiosa com o Real Madrid para se lembrar . Já afirmou que cometeu erros e seguramente a abordagem será diferente no próximo ano. Perceber onde e como erraram trará vantagens no futuro.

Klopp continua na cruzada com o seu Dortmund, tentando fazer frente àquela que apelida de melhor equipa do mundo. Grande treinador que coloca a sua equipa a jogar um futebol vistoso, de ataque e com a preocupação de proporcionar bons espectáculos.

Em Portugal, a temporada acabou também com a final da Taça. O Benfica termina a vencer todas as competições desta temporada. Época fantástica que podia ser ainda melhor, mas nesta altura isso já não interessa.

O Rio Ave teve um excelente comportamento e merecia no mínimo o prolongamento. Uma primeira parte algo receosa, provavelmente com demasiado respeito pela qualidade do Benfica, desinibiu-se na segunda parte e deu tudo o que tinha. Criou imensos problemas ao Benfica. Apesar de não ter ganho, terminou com boa imagem e o reconhecimento de uma época que enche de orgulho as gentes de Vila do Conde.

Jogar uma final no Jamor é sempre um momento especial e imagino como os jogadores de ambas as equipas o viveram . Tive a felicidade de disputar algumas finais, onde vivi momentos de alegria e outros de tristeza e percebo os sentimentos vividos por todos. O Jamor não pode ser apenas palco de um só jogo. Deve ter mais jogos e uma maior utilização. Se é preciso intervenção e melhoria das condições no estádio que a façam porque os adeptos que fazem a festa do futebol merecem-no.

Por último, uma nota. A final, ainda antes de ser disputada, viveu momentos complicados. Uma situação com a entrada dos adeptos provocou confusão e aflição. Felizmente tudo se resolveu sem problemas de maior, mas revelou falhas de organização e segurança. Dia 31 de Maio o Jamor vai voltar a encher. Convém tratar e antecipar todas as situações.

P.S. Paulo Bento anunciou os 23 convocados que nos vão representar no Mundial do Brasil. Esta é a altura de apoiar e estes são a partir de agora os meus 23.
Força Portugal.