À entrada para a ultima jornada das competições europeias as equipas portuguesas dependiam todas de si para os objectivos em disputa. Neste trajecto, dificuldades inesperadas para FC Porto e Benfica e esperadas para Sporting e Sp. Braga.

Na Luz, cedo se percebeu, pelo que se passava em Kiev, que o apuramento estava praticamente garantido. O Besiktas caía com estrondo e o Benfica aproveitava. Faltava perceber em que lugar seria a passagem.

Foi em segundo porque o Benfica não foi capaz de funcionar colectivamente e colocar em perigo a defesa adversária e a qualidade evidenciada pelo Nápoles  permitiu-lhe ser superior e dominar o jogo. Ficou a passagem aos oitavos de final e registo de duas derrotas, dois empates e apenas duas vitórias, com 10 golos marcados e outros tantos sofridos.

No Dragão, o passeio do Leicester neste grupo e o desempenho na Premier League fez Ranieri optar por uma equipa praticamente nova. Foram nove as alterações e para o FC Porto foi bom.

A boa entrada da equipa portista tratou de resolver o jogo e a eficácia revelada levou o resultado para números inesperados. Fica a nota de dificuldades inesperadas e um registo de 9 golos marcados e 3 sofridos em três vitorias, dois empates e uma derrota.

A deslocação do Sporting a Varsóvia não se admitia fácil mas com dois resultados que serviam e uma equipa com qualidade superior, não era expectável a eliminação da Europa. Vários erros e aconteceu o que não se esperava. Fica uma eliminação que custa.

O Sporting sai da Europa com um peso de cinco derrotas e apenas cinco golos marcados e oito sofridos.

Em Braga, esperavam-se dificuldades no jogo decisivo perante um Shakhtar de Liga dos Campeões e elas verificaram-se. A derrota em casa e o golo de Coulibaly aos 94m na Turquia deitaram por terra a continuidade na Europa.

Mas vamos aos mais e menos desta última jornada.

Mais

Ederson foi o melhor da equipa do Benfica e voltou a mostrar as suas qualidades. Uma série de boas defesas foram adiando o alterar do resultado, mas não o conseguiu evitar na totalidade.

Jimenez foi a escolha de Rui Vitória para o ataque e teve uma actuação esforçada e com alguma qualidade. Foi a referência, deu mobilidade, lutou e pressionou os adversários. Foi desta forma, já perto do final, que marcou, roubando a bola e finalizando bem perante Reina.

André Silva é uma avançado que trabalha para a equipa, seja dando largura, procurando a profundidade ou através de apoio frontal, lutando, pressionando e procurando sempre a bola.No FC Porto-Leicester bisou, marcando de cabeça com um pé no chão e assumindo a responsabilidade do penálti. É certo que o resultado e o contexto eram favoráveis mas o jovem avançado não se escondeu e, depois de dois penáltis falhados,  desta vez foi seguro na marcação.

Brahimi regressou ao onze e tem classe com a bola nos pés e com uma exibição conseguida fica o brilho do toque de calcanhar no lance do terceiro golo.

Não pode ficar de fora do positivo o grande golo de Corona. O mexicano trata bem a bola e teve bons momentos mas este foi o melhor. Bom cruzamento e uma finalização excelente, sem deixar cair a bola, com o pé esquerdo a colocar a bola no ângulo.

Rui Patrício foi o melhor do Sporting novamente. As suas defesas mantiveram a equipa na luta e a esperança até final.

Menos

As dificuldades de André Almeida no regresso à equipa. Depois de uma paragem por lesão e sem o ritmo adequado não foi fácil a tarefa perante adversários de qualidade. Bolas nas costas e nem sempre a fechar o espaço interior foram pontos negativos na sua exibição.

O Benfica não foi capaz de controlar o jogo, impor o seu ritmo. Isso naturalmente não tem apenas a ver com a incapacidade colectiva revelada pela equipa, mas também com a qualidade do Nápoles e a forma como conduzia o seu jogo.

Neste particular as exibições pouco conseguidas de Fejsa e Pizzi dizem muito do rendimento da equipa. Cervi e Salvio estiveram pouco inspirados e espera-se destes médios alas,  desequilíbrios e momentos de ruptura e nada disso aconteceu.

As substituições de Rui Vitória no Benfica-Nápoles voltaram a não ter o efeito pretendido. Rafa continua o seu progresso de integração e desta vez entrou para o meio no apoio ao ataque e depois para uma ala e foi quase sempre inconsequente. Carrilo teve 25 minutos e nada resultou.

 

O Sporting apresentou-se com três defesas centrais. Não se esperava e acima de tudo não resultou. Até à saida de Paulo Oliveira aos 58 minutos, os centrais tiveram apenas um avançado para marcar e esperavam pelos outros que vinham em apoio para o ataque. A superioridade numérica era evidente e a mesma aconteceu no lance do golo, em que Ruben Semedo não consegue travar a entrada do avançado Prijovic, que cruza sem que Coates e Paulo Oliveira consigam impedir que a bola chegue aos pés de Guilherme para finalizar.

A surpresa de ver Bruno César a lateral direito no sistema de três centrais definido por Jesus. Sem responsabilidade na situação, deu o melhor mas foi claramente uma carta fora do baralho. A noite teve ainda uma passagem pelo meio campo e terminou a lateral esquerdo.

 Jorge Jesus falhou na comunicação antes do jogo, falhou na construção do onze, falhou nas ideias para este jogo.

Markovic foi titular e voltou a não resultar. Espera-se velocidade e desequilíbrios mas nada disso aconteceu.

Bas Dost foi o avançado e teve uma tarefa complicada. Metido numa zona preenchida por varios jogadores, teve pouco espaço para se movimentar. A acrescentar, raras vezes foi servido e o jogo da equipa não resultou e acabou por se tornar uma presa fácil.