O final da época a aproximar-se e as decisões finais obrigam os treinadores a gerir as equipas e definir as prioridades em termos de competições.

Em Portugal, este era o fim-de-semana previsto para a final da Taça da Liga e acabou por ser apenas a meia-final com o Benfica a jogar com o FC Porto. Nada que surpreenda...

O Benfica, a jogar entre os dois jogos da meia-final da Liga Europa, apresentou-se como era esperado. Geriu o plantel, fez poupanças no Dragão. Normal perante este fim de época em que não há tempo para respirar. Outros objectivos são prioritários.

Foram oito os jogadores que iniciaram o jogo contra a Juventus e que não alinharam no Dragão. Mas isso não retirou qualidade, nem uma boa abordagem ao jogo. Do lado do FC Porto, o onze mais forte e esperado, mas insuficiente para levar de vencida o adversário.

Enquanto houve onze jogadores de cada lado, o jogo foi durante a primeira meia hora dinâmico, repartido e com espaço, com as equipas a jogarem ao ataque.

A partir da expulsão de Steven Vitória, as características do jogo mudaram.

As duas equipas já tinham vivido esta situação e mais uma vez o FC Porto não conseguiu ultrapassar este momento. O Benfica recolheu-se, fechou os espaços e o FC Porto não deu a volta a este facto. A superioridade numérica não trouxe vantagens e as dificuldades aumentaram sem solução à vista.

As grandes penalidades ditaram o vencedor e o Benfica está em mais uma final. O FC Porto terá de reflectir sobre tudo o que passou esta época.

Mas não é só em Portugal que as equipas fazem poupanças e gerem o grupo. Com a Liga Inglesa ao rubro, discutia-se em Anfield Road aquele que poderia ser praticamente o jogo do título para o Liverpool. Mourinho definiu as prioridades.  Quer a Liga dos Campeões e tratou de poupar vários jogadores para o embate com o Atlético de Madrid na próxima quarta-feira.

Foram sete as alterações (uma forçada) que promoveu no onze em relação ao jogo de Madrid da semana passada. Quer isto dizer que abdicou de discutir o jogo e da Liga Inglesa? Claro que não, apesar de um onze diferente tinha qualidade e muitos milhões investidos. Mourinho sabia disso e tinha uma estratégia para o jogo e não só.  Este jogo começou a ser jogado mal acabou a primeira mão em Madrid. Mais uma vez, puxou para si as atenções e colocou a tónica na equipa mais fraca que iria apresentar em Anfield.

Mourinho tem razão quando verifica que não houve preocupação com a marcação do jogo por parte da Liga Inglesa. A única equipa inglesa na Liga dos Campeões merecia outro tratamento. Queria o encontro mais cedo e pelo menos mais um dia de recuperação para um jogo vital para as aspirações do Chelsea.

Não se compreende o comportamento da Liga Inglesa e Mourinho não perdoou. O festejo do segundo golo tinha com certeza muitos destinatários. Em relação ao jogo propriamente dito, o Chelsea usou da mesma estratégia de Madrid e neste saiu vencedor. Para quarta-feira, está tudo em aberto.

Gostemos ou não, e eu particularmente não gosto deste tipo de jogo, acabou por ser eficaz. Para mim o Chelsea tem qualidade para discutir os jogos de outra forma. Esperava mais apesar de perceber as estratégias para cada jogo. Mourinho e o Chelsea continuam na luta.

Uma nota final para Gerrard. O capitão falhou e deve estar a pensar o que pode ter custado aquele erro. Não merecia e bem tentou redimir-se mas não conseguiu. Os melhores também falham e seria cruel o destino se este lance retirasse a possibilidade de o Liverpool vencer a Premier League.

Por último, o Atlético de Madrid deslocou-se a Valência sabendo que na próxima quarta-feira discute a passagem à final da Liga dos Campeões. Não sei se ia haver poupanças mas tinha escrito aqui há duas semanas que, pelo que tenho visto, Simeone quer ganhar tudo.

É fiel a um núcleo duro de jogadores e pouco mexe. Se bem me lembro apenas alterou profundamente nos últimos dois jogos da Liga Europa do ano passado, quando já estava garantida a passagem da fase de grupos.

Por isso não foi de estranhar apenas duas alterações na equipa em relação ao jogo com o Chelsea. Simeone escolhe os que entende serem os melhores e não abdica de nada. Joga tudo, correndo (ou não) todos os riscos. Conhece a sua equipa e os seus jogadores e o momento em que se encontram.

A vitória em Valência alimenta o sonho e aumenta a confiança da equipa. Que grande jogo vamos ter na quarta-feira em Londres.