Que péssima forma de encerrar a jornada 30 da Liga. Penafiel e Boavista protagonizaram um pobre espectáculo de futebol e, por isso, o 0-0 final é mais do que um justo castigo para as duas equipas. Foi o único resultado possível perante tanta falta de imaginação e criatividade no ataque das duas equipas.
Se o Penafiel tem o seu destino traçado e pouco mais se pode pedir à equipa de Luís Castro do que encarar com profissionalismo os encontros que faltam disputar, o mesmo não se pode dizer do Boavista. Em luta pelo quinto lugar e consequente apuramento para as competições europeias da próxima época, o conjunto de Carlos Brito tinha obrigação de fazer muito mais do que lamentar os erros do árbitro. Que existiram, de facto, mas que em nada justificam a péssima exibição axadrezada nesta segunda-feira.
E até começaram bem as panteras. Ou melhor, começou bem uma pantera que continua a mostrar a sua qualidade num meio-campo de combate e onde qualquer toque de classe dá nas vistas. Foi Paulo Sousa a brilhar ao minuto dois, com um remate espectacular que teve a devida resposta por parte do guarda-redes penafidelense, Nuno Santos. Esfregaram as mãos de contente os adeptos, mas daí para a frente não lhes restou outra opção que não esfregar os olhos para afastar o sono.
Mais de meia hora depois lá surgiu outro remate! No outro extremo do terreno, foi Dias a obrigar William a defender para canto, dando por terminada uma primeira parte que se resumiu a estes dois lances. Pouco, muito pouco, mesmo para uma segunda-feira à noite.
E agora as polémicas, para variar
Os espectáculos nos relvados nacionais até podem não ser bons, mas se há coisa que não pode faltar é uma boa polémica com o árbitro. E este jogo não foi, obviamente, excepção. Logo aos 48 minutos, Ricardo Silva corta uma bola com a mão e o árbitro, Paulo Costa, não teve outra hipótese que não mostrar o segundo cartão amarelo ao central axadrezado.
Curiosamente, o Boavista até esteve um pouco melhor a partir do momento em que passou a jogar em inferioridade numérica, mas nada que altere a entrada desta crónica. Apenas um remate minimamente perigoso para cada lado até que surge o minuto 88 e, com ele, todas as justificações para o que não se fez durante o resto da partida. O avançado boavisteiro Oravec ganha nas alturas a um defesa penafidelense, o árbitro entende (e mal) que o eslovaco o fez em falta, interrompendo a partida antes de Fary dar sequência ao lance, com um remate que acabaria por entrar na baliza de Nuno Santos.
Não houve, portanto, golo anulado, mas isso não impediu os protestos e a revolta dos forasteiros, desde o banco dos suplentes à bancada dos adeptos. O jogo lá seguiu rumo ao seu final sem que antes se assistisse a mais uma situação caricata. O médio duriense Barrionuevo esteve a receber assistência fora das quatro linhas e, quando pedia para reentrar em campo, o juiz da partida fez sinal ao quarto árbitro indicando-lhe que queria dar quatro minutos de compensação. Este entendeu que era a ordem para o trinco voltar ao campo, mas não era. Conclusão: o árbitro auxiliar chamou o seu chefe de equipa e este acabou por mostrar o segundo cartão amarelo ao jogador argentino. Estranho, como a partida que encerrou a jornada 30.