João Sousa nasceu há 24 anos em Guimarães e, diz quem o conhece, é um orgulhoso vimaranense. Rapaz afável, embora algo tímido e discreto, gosta de abrir a boca sobretudo para falar de futebol, da cidade de Guimarães e do Vitória, é claro.

Não deixa de ser curioso, aliás, que no jogo mais importante da sua carreira tenha vestido todo de preto: exatamente como o clube da cidade.

Gostava de ter sido jogador de futebol, mas o pai Armando puxou-o para o ténis. Foi o sonho de chegar longe que o levou a trocar a cidade natal por Barcelona, para onde viajou quando tinha 15 anos e onde tem vivido nos últimos nove.

Treina na BTT Academia em Barcelona, fala espanhol, catalão, inglês, francês e italiano e sonha seguir os passos de Juan Carlos Ferrero, Pete Sampras ou Roger Federer.

Cliente habitual no top-100 desde 2012, tem feito um percurso constante, só perturbado por uma lesão no pé, contraída num treino da Taça Davis, que o afastou do Portugal Open e o obrigou a aprender a jogar permanentemente com dores.

Em Kuala Lumpur atingiu o ponto de maior êxito da carreira, mas antes disso já tinha dado nas vistas no triunfo em Chisinau, na Moldávia, e no apuramento para as meias-finais de São Petersburgo, na Rússia.

Na Malásia, ultrapassou tudo, é claro: venceu David Ferrer, o número quatro do mundo, e o alemão Jurge Melzer, número 26 do mundo. Curiosamente pouco antes de chegar à Malásia João Sousa tinha medido forças com o líder do ranking mundial, o sérvio Djokovic, no Open dos Estados Unidos, sendo vencido apesar da boa réplica.

Esta segunda-feira quando for atualizado o ranking deve viver mais um dia histórico: tudo indica que vai entrar no top-50 do ranking mundial, outro feito nunca conseguido por uma português.

Aos 24 anos, João Sousa está aí para bater recordes.