Tem 28 anos, é agente imobiliário e detém o recorde de árbitro mais novo a apitar um jogo na primeira liga francesa. Eis Willy Delajod, o gaulês que vai ser o homem do apito no Paços de Ferreira-Sp. Braga, da 5.ª jornada da I Liga, no próximo sábado, no Estádio Capital do Móvel.

Delajod nasceu a 25 de setembro de 1992. É natural de Cluses, Este de França, no departamento de Alta Saboia, na região de Auvérnia-Ródão-Alpes. E é um dos incontornáveis nomes do presente e do futuro da arbitragem francesa.

Esse caminho na arbitragem começou muito cedo: tinha 13 anos quando iniciou o percurso que o levaria, dez anos depois, já com 23, a apitar pela primeira vez na II Liga francesa: aconteceu em janeiro de 2016, num Valenciennes-Red Star.

A partir daí, foi degrau a degrau. Talvez mais rápido do que o perspetivado.

A 11 de agosto de 2018, com 25 anos, fez história ao tornar-se o mais jovem árbitro de sempre a dirigir um encontro da I Liga francesa, uma vitória do Lille ante o Rennes (3-1). Em 2020, começou o ano da melhor forma: a 1 de janeiro, tornou-se árbitro internacional, o que já lhe permitiu apitar jogos de qualificação para o Europeu sub-21, bem como para Liga dos Campeões, Liga Europa e Liga Conferência, além de particulares de seleções.

Willy Delajod num Rennes-Montpellier, em agosto de 2020 (David Vincent/AP)

Quando explicou as razões para ter escolhido a arbitragem, em paralelo com a vida de agente imobiliário, Delajod aponta rapidamente à justiça e à responsabilidade. Ele que, também como jovem, antes de iniciar na arbitragem, tinha jogado como médio, mas está agora noutro papel em campo.

«Um forte apego à noção de justiça e um desejo de ter responsabilidades são os dois elementos que, muito jovem, me fizeram querer tentar a arbitragem. Quando uma pequena lesão me tirou de campo, o meu clube propôs-me pegar no apito que eu não mais quis deixar. Se esta atividade me permitiu ter responsabilidades e tomar decisões, fez-me descobrir, principalmente, a noção do bem comum, bem como a importância de agir pelos outros e, ao mesmo tempo, ser útil», explicou, citado pela Federação Francesa de Futebol (FFF).

Agora, lidar com os futebolistas de castores e guerreiros vai ser uma nova aventura para Delajod.

Porém, nada que não se faça para quem já lidou, por exemplo, com outros portugueses no seu país, como Danilo Pereira, Xeka ou José Fonte. Com isso ou com as birras de Neymar em Paris. Para ver, a partir das 15h30 de sábado, em Paços de Ferreira.