21 de Junho de 1978. A cidade argentina de Rosario acolhe o jogo entre a selecção da casa e o Peru, válido para a última jornada do Grupo B da segunda fase do Campeonato do Mundo de Futebol. O Brasil tinha derrotado a Polónia por três bolas a uma, poucas horas antes, pelo que a Argentina estava obrigada a ganhar por quatro golos, se quisesse estar na final. O objectivo foi alcançado com seis golos sem resposta.

O resultado causou desde logo desconfiança, sobretudo no Brasil, relegado para o terceiro lugar do Mundial. A Argentina conquistou o título frente à Holanda, mas trinta e quatro anos depois ainda convive com as suspeitas. Um antigo senador peruano vem agora garantir que o resultado do jogo do Estádio Gigante de Arroyito foi combinado.

Genaro Ledesma, opositor do regime então estabelecido no Peru, garante ter integrado um grupo de treze elementos que a Argentina, também a viver sob ditadura na época, aceitou receber e manter aprisionado. Em contrapartida, a selecção peruana permitia uma goleada que apurasse a selecção das «pampas» para a final do Mundial que organizava.

Francisco Morales Bermúdez, o antigo ditador peruano, vai agora ser julgado pela alegada deportação ilegal de treze prisioneiros, e foi nesse âmbito que Genaro Ledesma garantiu que o resultado de 21 de Junho de 1978 foi combinado. «Videla (ndr. o ditador argentino) precisava daquele triunfo para limpar a imagem da Argentina no mundo», disse Ledesma, agora com 80 anos.

Em 1998 o jornal «La Nación» publicou uma entrevista em que Ramón Quiroga, antigo guarda-redes peruano, levantava suspeitas sobre o comportamento de alguns colegas no referido jogo, posteriormente desmentidas.

Veja o resumo do Argentina-Peru de 1978: