É verdade que uma coisa é o PC e outra são as consolas, mas a verdade é que hoje em dia um jogo que se preze tem de apostar grande parte das suas potencialidades no seu território natural e esse, onde de facto os títulos se tornam míticos, é a consola de última geração, ou seja a PS3, a Xbox e a Wii.
É mau começar uma análise logo com um veredicto, mas a verdade é que «Pro Evolution Soccer 2010» (PES) seria um jogo genial se não houvesse «FIFA 10». Apesar da nova reaproximação entre os jogos da Konami e da Electronic Arts, este último ainda leva a melhor. Ganha por penalties, se quiserem. Porque o nível de exigência é hoje absurdamente elevado. E quem ganha, só o consegue em pormenores.
«PES» evoluiu bem. Merece esse reconhecimento. É hoje mais simulador do que era o seu antecessor. O único problema é que há dois anos deixou que «FIFA» e toda a sua entourage conseguissem a liderança. No jogo da EA já havia as licenças dos nomes de clubes e jogadores, os modos treinador e carreira, a jogabilidade satisfazia bem. Nos antigos simuladores da Konami havia a jogabilidade realista. Era o seu ponto de honra, o que arrastava multidões em sua defesa intransigente. E aí, até aí, o «FIFA» evoluiu para assumir de vez o título de melhor jogo de todos os tempos.
Mas vamos por partes. Os menus de «PES 2010» estão fantásticos. Bem trabalhados. Quando damos o primeiro toque na bola, sentimos o envolvimento do estádio, os gráficos são imponentes e bem desenhados. As estrelas são de facto as estrelas, quase tiradas a fotocópia para os ecrãs à nossa frente. Messi, Rooney, Torres, Ronaldo...
O menos bom, porque não podemos chamar-lhe mau, vem depois. Comparado com «FIFA», a velocidade de «PES» é um jogo na América do Sul, bem mais lento. Da recepção ao arranque, nem parece que estamos num jogo da Liga dos Campeões ou da Premiership, e o futebol já não é assim como «PES» mostra. Foi a forma que a Konami encontrou para se reaproximar da simulação e se afastar do rótulo arcade, mas ainda não acertou o tom.
As licenças
Não sei se vos acontece o mesmo, mas para mim é um pouco estranho jogar pelo Barcelona frente ao Gij Rojo y Blanco só porque não havia licença para usar o nome do Gijón. Mais estranho do que os nomes dos futebolistas do Gijón não serem reais, por exemplo. Aí, «FIFA 10», como os seus antecessores já o faziam, dá goleada.
«Team Style» e «Playing Style» são duas novas ideias de «PES», mas apenas isso: ideias. Falham na aplicação à realidade. Por muito esforço que tenhamos, nunca conseguimos sentir o efeito das mudanças feitas.
Fazer a festa e deitar os foguetes
O modo de jogo novo é «Comunidade», que permite fazer uma festa de «PES» com 31 outros jogadores, jogando uma taça ou liga. O modo multiplayer foi também amplamente melhorado e para jogar um simples amigável já não é necessário mover montanhas. Seja a criar a tal comunidade, a jogar em casa com amigos ou a mergulhar de cabeça no «Become a Legend», a Konami conseguiu resolver muitos dos problemas do passado.
A Liga dos Campeões também parece melhor apresentada, apesar de faltarem algumas equipas, e foi incluída na Master League, o que valoriza ainda mais somar épocas à frente da equipa favorita. Com simplicidade na apresentação e um mercado de transferências fiável, torna-se um desafio apaixonante. Aqui, é «PES» a ganhar ao FIFA e a qualquer outro título.
A conclusão
Contando ponto a ponto, como pacote global, «FIFA 10» mantém o ceptro de rei dos simuladores nas consolas, mas também ficou a saber que, depois de alguns anos perdidos no deserto, «Pro Evolution Soccer» volta a ser grande adversário.