Está instalada a polémica na Catalunha, depois de o «El Periódico» revelar esta quinta-feira que o Barcelona mandou espiar quatro vices do presidente Joan Laporta, o qual não sabia de nada. O assessor encarregue da investigação confirmou a história, embora refira que os quatro dirigentes sabiam do que se estava a passar.
O Barça vive um período de pré-campanha eleitoral. Em 2010, alguém terá de suceder ao actual líder. Joan Franquesa, Joan Boix, Rafael Yuste e Jaume Ferrer estavam na frente da corrida à presidência do clube, depois de o preferido de Laporta, Alfons Godal, ter-se retirado de uma eventual candidatura. E foi devido a uma queixa do primeiro que tudo se desencadeou, com o director-geral Joan Oliver a dar a ordem para a investigação.
Oliver confirmou, em conferência de imprensa, a notícia do El Periódico. Mas argumentou que os envolvidos sabiam do que estava acontecer. «O caso teve origem no primeiro trimestre, quando Joan Franquesa avisou que estava a ser investigado», começou por contar o director-geral do clube. «Pediu-nos para que verificássemos a situação e, tendo em conta os antecedentes que havia no clube, atendemos o pedido, já que afectava também Joan Boix, Jaume Ferrer e Rafael Yuste», continuou o assessor «culé», referindo-se às ameaças que o presidente Laporta já sofrera e ao assalto aos escritórios do clube.
Godal deixara de ser possível candidato e o aviso chegou depois deste ter desistido da corrida à presidência. «Desde esse momento pediu-se uma auditoria de segurança a uma empresa que se encarrega dessas matérias», disse Joan Oliver. «O trabalho realiza-se com discrição máxima e em Abril obtivemos os resultados, os quais transmitimos aos quatro implicados», referiu o director-geral do Barcelona.
Laporta não sabia de nada
Ora, escreve o El Periodico que apenas Joan Franquesa sabia da investigação, enquanto os três vice-presidentes restantes só souberam quando foram informados dos resultados. O mesmo aconteceu com Joan Laporta. O assessor Joan Oliver confirmou que o presidente do Barcelona não sabia de nada e ficou a conhecer o processo ao mesmo tempo que os vices, ou seja, quando foram comunicados os resultados.
O director-geral do Barça desvalorizou, assim, a notícia da publicação catalã. No entanto, o El Periodico revela que um dos vices descobriu que estava a ser espiado e contou aos restantes. O grupo questionou depois Laporta, que se mostrou surpreendido com o caso, e que houve um «terramoto interno» no Barça. O jornal escreve ainda que um dos afectados pondera entrar com uma acção legal, depois das eleições e que o assunto «morreu» dentro do Barcelona para não desestabilizar o clube.
Em conferência de imprensa, o director-geral Joan Oliver, frisou que, obviamente, não se demite. Falta saber o que dirá o presidente Joan Laporta sobre o assunto.