Em entrevista esta quinta-feira à noite à RTP1, a ministra Maria de Lurdes Rodrigues garantiu que o modelo de avaliação do desempenho dos professores «é exequível» e que os protege.
«É um modelo exequível e que respeita as melhores práticas internacionais, que os protege [os professores], que lhes dá mais vantagens», acrescentou a governante, exemplificando que um docente com classificação de «bom», nota «acessível à grande maioria dos professores» pode «progredir na carreira e ter aumentos salariais».
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Bettencourt Picanço, do STE, sublinhou que os professores são funcionários públicos e que os sistemas de avaliação são semelhantes e que um «bom» na Função Pública também é sinónimo de progressão, mas nunca anualmente.
«Tanto no caso da Função Pública, como no dos professores, não há uma progressão todos os anos, mas sim ao final de alguns anos de classificação. Também (nos dois casos) há uma monitorização do processo regular através de reuniões durante o ano para identificar eventuais dificuldades», recordou.
Para o sindicalista, em causa estão «processos semelhantes» e a ministra acabou por fazer «afirmações gratuitas para dizer que os professores estão a ser beneficiados».
«As afirmações não estão a ser justas e são feitas antes de uma manifestação e sem serem apresentadas fundamentações», acusou Bettencourt Picanço.
A mesma fonte referiu que as frases da ministra «não abonam a favor do respeito e da informação fundamentada».
«Este é mais um exemplo da acção deste Governo, que faz anúncios sistemáticos de reformas com objectivos mirabolantes e que nunca se concretizam», concluiu.
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