O primeiro-ministro recusou esta terça-feira a implementação do chamado cheque-educação, defendido pelo CDS-PP, que visa financiar as famílias, para que estas possam escolher o tipo de estabelecimento de ensino que pretendem que os seus filhos frequentem. «Não contem comigo para isso», declarou de forma taxativa José Sócrates, defendendo a «aposta» na escola pública.

As palavras do primeiro-ministro foram proferidas enquanto discursava, na apresentação dos resultados escolares do ensino secundário, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Depois de reforçar as palavras da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, sobre o «sucesso» das políticas governamentais, na área educativa, o chefe de Governo censurou «os derrotistas» que «acham que nada é possível ser feito», em relação à escola pública.

Sem mencionar os populares, José Sócrates continuou: «Muitos deles até acham que o que devíamos fazer era desistir da escola pública e dar um cheque às famílias e transformar as nossas escolas todas em escolas privadas. Não contem comigo para isso».

O primeiro-ministro considerou em seguida que comparar a escola pública com a privada trata-se de «pura demagogia». A razão apontada por José Sócrates? «Porque é comparar aquilo que é incomparável. Não se pode comparar uma escola pública, que tem a obrigação de receber todos os alunos, com uma escola privada que selecciona os seus alunos e por vezes selecciona até as famílias dos seus alunos».

«Eu aposto e valorizo a escola pública e não as comparo com as condições de partida das escolas privadas», afirmou.