O deputado social-democrata José Pedro Aguiar Branco afirmou esta sexta-feira à agência Lusa que se revê na posição que dez ex-secretários-gerais do PSD expressaram por carta sobre as alterações aos regulamentos do partido.

Questionado sobre a reforma dos regulamentos proposta pela direcção do PSD, o ex-ministro da Justiça respondeu: «Revejo-me nas preocupações expressas pelos antigos secretários-gerais na sua comunicação».

Aguiar Branco não quis fazer mais declarações sobre o assunto.

A apreciação e a votação das alterações aos regulamentos do PSD estão na agenda da reunião de sábado do Conselho Nacional do partido.

Dez ex-secretários-gerais do PSD subscreveram uma carta que foi entregue na quinta-feira ao presidente do Conselho Nacional, Ângelo Correia, pedindo «um prazo razoável para o debate interno» da reforma dos regulamentos e criticando o sentido das alterações propostas.

Assinaram a carta Amândio de Azevedo, António Capucho, Manuel Dias Loureiro, Falcão e Cunha, Rui Rio, Azevedo Soares, Carlos Horta e Costa, José Luís Arnaut, Miguel Relvas e Miguel Macedo.

Os antigos secretários-gerais do partido consideram que algumas das propostas da direcção de Luís Filipe Menezes «representam mesmo o regresso a soluções que a prática demonstrou serem de todo em todo inadequadas».

Os sociais-democratas argumentam que «não se vislumbra qualquer motivo para o modo apressado como se pretende conduzir o processo, impedindo as estruturas e os militantes do PSD de participarem na discussão e de darem contributos».

Lista de contestatários contra alterações

Miguel Relvas foi o primeiro a contestar, na terça-feira, a possibilidade de serem votadas no sábado alterações aos regulamentos internos, considerando que isso seria aprovar mudanças «à socapa».

José Pacheco Pereira e Pedro Passos Coelho subscreveram na quinta-feira essa posição.

Manuel Castro Almeida, que encabeçou no ano passado uma lista que elegeu 17 dos 55 membros efectivos do Conselho Nacional, anunciou a entrega de uma petição a Ângelo Correia no sábado para evitar a votação das propostas.

O vice-presidente do PSD Mendes Bota considerou hoje que a carta dos dez ex-secretários-gerais faz parte de «uma campanha para destruir e derrubar o líder do partido», Luís Filipe Menezes.