Na quinta-feira, dois caças F-16 portugueses, ao serviço da NATO, intercetaram, identificaram e escoltaram dois aviões militares russos em espaço aéreo internacional sob responsabilidade de Portugal.
Questionado na quinta-feira à noite sobre se estes acontecimentos abalam as relações entre Lisboa e Moscovo, o chefe da diplomacia portuguesa, Rui Machete, respondeu: «Não digo que abalem. Não é um fenómeno muito simpático, mas também não vale a pena exagerarmos no seu significado».
O governante salientou que os aviões russos não foram intercetados «rigorosamente no espaço aéreo português, dentro da soberania portuguesa», mas num «espaço sob a jurisdição portuguesa, que é uma coisa um bocadinho diferente», acrescentando que «não houve uma violação propriamente da soberania portuguesa».
Segundo o ministro Rui Machete, trata-se de «um fenómeno que infelizmente se tem vindo a tornar normal, mas que este ano tem sido mais frequente».
O responsável da pasta dos Negócios Estrangeiros afirmou-se preocupado com as relações entre a Ucrânia e a Rússia, que «deveriam melhorar, porque isso é importante para a estabilidade da Ucrânia, para a preservação da integridade do território ucraniano, para a sua autonomia e independência, para a devolução da Crimeia, que já é uma questão que começa a tardar e a tornar-se cada vez mais complexa».
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