A missão era espinhosa. Quase impossível, diriam alguns. Mas esteve a segundos de ser realidade.

À partida, o Portimonense já sabia duas coisas: teria de ganhar na casa do rival Farense e de contar com a ajuda de terceiros. Fosse do Vizela, frente ao Boavista, ou do Gil Vicente que visitava o Estrela da Amadora.

Ao longo da temporada, o Portimonense foi, muitas vezes, uma equipa perdulária; que desperdiçou, em mais do que uma ocasião, a hipótese de encarar este final de temporada de forma mais tranquila.

Mas hoje era mata mata. E, aí, os alvinegros encheram-se de coragem, fizeram das tripas coração, cerraram os dentes e quase tornaram o impossível uma realidade.

O Portimonense ganhou ao rival Farense por 1-3, numa das melhores exibições da temporada, mas, no último suspiro, o Boavista empatou e relegou os algarvios para o play-off.

Os comandados de Paulo Sérgio estiveram a segundos de conseguir a manutenção, mas um penálti dos axadrezados obriga o Portimonense a disputar o play-off.

Os alvinegros dominaram durante todo o primeiro tempo: o primeiro remate até foi do Farense, por Belloumi, mas foi mesmo a única aproximação de perigo dos leões de Faro.

O Portimonense foi melhor e chegou com justiça a uma vantagem de dois golos ao intervalo.

O primeiro, apontado por Berto ao minuto 11 após um grande passe de Filipe Relvas, deu início a uma montanha-russa de sentimentos pela qual passaria o Portimonense.

É que, com esse golo, o Portimonense garantia a permanência na I Liga. Só que, minutos depois, o Estrela da Amadora marcou e, apesar de estarem a ganhar, os algarvios voltaram a lugar de play-off.

No relvado, o Portimonense até ampliou a vantagem, num grande golo de Carlinhos (32m)… e as boas notícias não ficaram por aí! No Bessa, o Vizela também marcou e os algarvios voltavam a estar em lugar de permanência.

E, assim, o Portimonense foi para o intervalo na I Liga.

Se a primeira parte tinha sido de total domínio, a segunda foi mais equilibrada, sem que o Farense tenha, ainda assim, sido tão hegemónica quanto o Portimonense foi na etapa inicial.

A verdade é que os comandados de José Mota conseguiram reduzir ao minuto 55, num cabeceamento de Cristian Ponde.

Esperava-se que o Farense partisse para cima do adversário, mas os comandados de Paulo Sérgio foram conseguindo dar conta do recado.

Aliás, o Portimonense teve, neste jogo, uma concentração raramente vista na restante temporada.

No Bessa, o Boavista voltou a estar em desvantagem, depois de até ter conseguido o empate, e o sonho dos algarvios começou a ganhar contornos de realidade.

Quando, aos 90+7m, Lucas Ventura fez o terceiro do Portimonense houve invasão de campo do banco dos algarvios e a sensação de que a manutenção já não fugiria.

Mas o futebol é assim mesmo: no último minuto, o Boavista empatou, de penálti, e assim se encerrou este drama algarvio: o Portimonense vai ter de disputar o play-off. Resta saber se com AVS se com Marítimo.