Portugal andou 82 minutos a chocar com a sólida muralha sueca, até que encontrou a porta da vitória, liderada pelo capitão Cristiano Ronaldo. Por mérito próprio mas também por estratégia do adversário, a equipa das quinas conseguiu chegar com relativa facilidade aos últimos metros. O pior foi depois, a decisão final.

Os dados recolhidos pelo Centro de Estudos do Futebol, da Universidade Lusófona, dão a entender isto mesmo. Dividindo o terreno de jogo em cinco zonas, foi na última, a mais próxima da baliza contrária, que a Seleção Nacional teve maior percentagem de perdas de bola: 65 por cento. Logo a seguir surge a quarta zona, com 22 por cento, o que representa uma diferença significativa.

Na segunda parte a seleção portuguesa registou 73 por cento na zona mais próxima à baliza, quando o caudal ofensivo foi muito mais intenso. Na primeira parte foi «apenas» 56 por cento.

A Suécia apresenta um registo muito idêntico da primeira parte para a segunda, mas merece destaque o valor de perdas de bola nas duas primeiras zonas, nas imediações da sua própria área: 8 por cento, contra apenas 3 por cento de Portugal.



Estes dados refletem-se também nos dados das recuperações de bola. Se a Suécia recuperou sobretudo na zona mais próxima à sua baliza (os tais 65 por cento das perdas de Portugal de Portugal), a equipa das quinas conseguiu evitar problemas a uma distância relativa de Rui Patrício. Quase metade das recuperações de bola (42 por cento) foram conseguidas na zona 2, à entrada do meio-campo defensivo.

Podemos depois discutir se foi algo pensado por quem defendia ou mérito de quem atacava, mas o que estes números traduzem que os ataques portugueses chegavam mais perto da baliza contrária do que os suecos. Curiosamente o jogo nunca ficou muito «partido», pelo que foram quase nulas as situações de perigo resultados de contra-ataques.

O número de remates traduz uma maior proximidade lusa à baliza contrária: Portugal fez 20 remates, quatro deles à baliza, contra apenas seis remates da Suécia, dois deles à baliza.

A segunda parte foi de sentido único, praticamente, como disse Paulo Bento no final. É que ao intervalo havia seis remates para cada lado. A Seleção Nacional fez mais catorze na segunda parte, enquanto que a seleção orientada por Erik Hamrén não fez qualquer remate na etapa complementar! O técnico reconhece, de resto, que a produção ofensiva na 2ª parte foi quase nula.


E se os lances de bola parada eram algo temidos pela seleção portuguesa, a verdade é que dos 18 cantos do jogo, 14 foram a favor da equipa de Paulo Bento.