Portugal chegou ao Mundial 2014 com uma vitória emocionante sobre a Suécia, depois de na Luz ter andado a bater contra a muralha escandinava durante 82 minutos. Em Solna, os suecos só foram melhores de bola parada. A seleção nacional reduziu e muito as perdas de bola na última zona de terreno e foi na transição ofensiva que chegou ao Brasil. Em suma, a estatística que vai ler a seguir confirma uma ideia: Portugal deu a bola aos suecos em troca de espaço para Ronaldo.

Isso mesmo dizem os números recolhidos pelo Centro de Estudos do Futebol, da Universidade Lusófona. Na Luz, Portugal teve 65 por cento de perdas de bola perto da baliza contrária. Nesta noite, no total, essa percentagem caiu para 39 por cento.



Deixando as zonas para olhar à 
forma como a seleção perdeu a bola notamos também diferenças para os suecos. Portugal perdeu-a bem menos na fase de criação de perigo: 12 por cento para a seleção nacional, 25 por cento para a Suécia.

É verdade que na última etapa, a finalização, os suecos têm uma percentagem mais baixa. Mas têm um menor número de remates efetuados durante o jogo: 15 para Portugal, 10 para a Suécia. Uma curiosidade também: no segundo tempo, os sete remates de Portugal foram todos de Ronaldo, que saiu do jogo com um total de 12.



As bolas paradas mostram superioridade sueca nesse capítulo. Simples de ver pelo jogo, foi assim que surgiram os dois golo de Ibrahimovic: um canto e um livre direto. Os números do Centro de Estudos do Futebol confirmam-no. A diferença esteve na pontaria, porque em quantidade as situações praticamente equivaleram-se.

Por fim, Portugal superiorizou-se aos suecos nas transições ofensivas. Os dados dos momentos defesa/ataque da seleção nacional espelham o jogo. A Suécia teve mais posse de bola (53 vs 47 por cento, de acordo com as estatísticas oficiais da federação), mas a quantidade de transições ofensivas de Portugal mostra bem a estratégia para o jogo. E esse plano foi sublinhado na segunda parte. Paulo Bento falou disso mesmo depois do jogo: a equipa foi mais acutilante nesse período.



Com a Suécia mais subida e com a bola, foi nessa rapidez, de passar da defesa para o ataque, que a seleção nacional atravessou o Atlântico até ao Brasil. Na segunda parte, três golos assim apontados por Cristiano Ronaldo e mais um remate nessa situação. Portugal controlou primeiro e atacou depois. Trocou bola por espaço. Ronaldo fez o resto.