Portugal deu no último fim de semana, em Eidhoven, na Holanda, mais uma prova de capacidades no mundo do futebol: neste caso futebol robótico.

Por intermédio da equipa da Escola de São Gonçalo, de Torres Vedras, as cores nacionais atingiram a final do campeonado de futebol de robôs, o Robocup 2013, tendo apenas perdido para a equipa de Taipé (China).

«Vencemos vários jogos, vencemos equipas chinesas e japonesas, mas na final não conseguimos bater a equipa de Taipé, que é realmente muito forte», diz o líder do projeto, Jaime Rei.

Jaime Rei é professor na Escola de São Gonçalo e destaca o facto de Portugal ser um país do pelotão da frente neste campeonato muito competitivo. «Estamos nos dez primeiros do mundo inteiro. Andamos sempre à volta do quinto lugar do melhor que se faz na Robótica.»

«Portugal tem um conjunto de núcleos que têm trabalhado muito bem o desenvolvimento robótico. Nós, Escola de São Gonçalo, mas também a Universidade de Aveiro, a Universidade do Porto e a Universidade do Minho, que também conseguiram boas prestações.»

«Portugal é um país muito prestigiado nesta matéria. Internacionalmente há um reconhecimento muito grande.»

O futebol robótico, para quem não sabe, tem exatamente as mesmas regras do futebol jogado por humanos: apenas é jogado por robôs. «Aquilo é tudo inteligência robótica. Não há comandos, não há nada», refere Jaime Rei.

«Dentro de campo é como o futebol: temos de preparar uma estratégia, jogar em função do adversário, tentar controlar os imponderáveis do jogo. A maior dificuldade é criar máquinas tecnologicamente mais avançadas com cada vez mais limitações de espaço e peso dos robôs.»

A equipa de São Gonçalo foi, de resto, vice-campeã em equipas individuais (jogando apenas com robôs da escola), chegando à tal final em que perdeu com Taipé, mas também em super equipas.

«O campeonato de super equipas junta robôs de quatro equipas de diferentes países. As equipas são sorteadas e têm de trabalhar em conjunto durante o campeonato.»

Refira-se de resto que este segundo lugar aconteceu na edição 2013 do Robocup, o maior evento de robótica no mundo inteiro, realizado em Eidhoven. «Foi um evento que contou com a presença da rainha Beatriz e de comunicação social de todo o mundo.»

A robótica, garante Jaime Rei, está a desenvolver-se a passos largos e tem um objetivo assustador. «A meta do Robocup é que no ano 2050 a equipa vencedora do Mundial de Robótica irá vencer a equipa campeã mundial de humanos», revela.

Os imponderáveis de um jogo de robôs: