Pepe, equilibrado
O perigosíssimo remate logo aos 15 minutos anunciou o que viria a seguir: uma actuação muito equilibrada na posição de médio mais recuado. Ganhou lances sem conta, recuperou inúmeras bolas e preocupou-se em jogar sempre de forma simples e consciente. Fora do seu habitat natural, terá sido o mais equilibrado de todos os portugueses.
Cristiano Ronaldo, em combustão
Mais preso ao flanco direito do que o habitual, apostou nos movimentos diagonais da linha para o centro mas raras vezes aplicou o seu forte pontapé. Muito marcado, pareceu estar em constante combustão mas nunca chegou a explodir, apesar dos bons pormenores do costume. Faltou um pouco mais de Cristiano Ronaldo à selecção, apesar do jogador do Manchester United tudo ter feito para ser mais influente.
Deco, 28 minutos de outra dimensão
28 minutos do Deco mais refinado. Aqueles pés de veludo conferem à Selecção Nacional uma outra dimensão, uma outra inteligência, uma outra amplitude na ligação entre todos os sectores. Grande remate aos 72 minutos, a obrigar Isaksson a uma grande intervenção.
Tiago, em crescendo até sair
A pouco e pouco, quase em bicos de pés, foi tomando conta do controlo da bola no eixo central. Entrou tímido, aparentemente deslocado, mas foi melhorando com o decorrer dos minutos. Na altura em que foi substituído por Deco, aliás, era mesmo um dos melhores em campo. Foi sempre o médio mais próximo dos três avançados e justificou nota muito positiva. O passe a isolar Danny, aos 53 minutos, é excelente.
Duda, definitivamente lateral
Não fosse um passe errado em zona proibida aos 27 minutos ¿ que tantos problemas poderia ter causado à equipa ¿ teria feito uma actuação imaculada. Carlos Queiroz poderá ter encontrado o lateral esquerdo que tantas vezes tem faltado à Selecção Nacional. Muito bom tecnicamente, coloca muito bem a bola nos passes longos e, apesar de não ser robusto, defende com concentração. Uma bela surpresa este ala adaptado à defesa e que tem feito quase toda a carreira em Espanha.
Bosingwa, limitado pelos músculos
Malditas lesões musculares. Até sair por lesão, em cima do intervalo, estava a ser um dos principais desequilibradores da Selecção Nacional. Num vaivém impressionante sobre o flanco direito, teve o mérito de soltar várias vezes Cristiano Ronaldo, com quem, aliás, combinou muito bem. Bosingwa tem de perceber bem o que se passa com o seu corpo, com os seus músculos, pois estes problemas físicos recorrentes não são normais.
Majstorovic, monstruosidade sueca
A grande muralha sueca mede 1,98 m. Num estilo pouco ortodoxo, feio, a todas as bolas chegou, todos os cruzamentos anulou, a todos os passes se opôs. Certíssimo do princípio ao fim, é uma máquina fria de concentração. Uma monstruosidade de grande capacidade na defesa nórdica.
Kallstrom, gestor por excelência
Organizador por excelência, apareceu nos momentos em que a Suécia mais posse de bola teve. Um pé esquerdo de ouro, mas esta noite quase sempre longe da área e da baliza portuguesas. Ainda assim, o mais influente na gestão cansativa do jogo da sua equipa.