O empresário Belmiro de Azevedo, assim como o presidente da Associação Portuguesa de Bancos, João Salgueiro, e o economista António Borges questionaram a lógica das grandes obras, no âmbito do Fórum para a Competitividade, que esta segunda-feira reflectiu sobre o Orçamento de Estado do próximo ano.
Segundo o patrão da Sonae, era preferível «300 investimentos de 200 milhões (de euros) cada um, do que dois ou três de muitos mil milhões de euros». Belmiro de Azevedo disse mesmo que aprecia investimento, mas apenas quando há dinheiro para isso.
Presente no mesmo encontro, João Salgueiro lembrou que «falta sentido de urgência» ao nível das fragilidades económicas do modelo português e que a competitividade, em si, não é vista como decisiva.
«As associações empresariais assistem pacificamente e o Estado parece não dar razão», disse o presidente da Associação Portuguesa de Bancos, realçando que «a continuidade de grandes obras públicas é errada».
Já António Borges sustentou que o País sofre «um gravíssimo problema de competitividade», pelo que as referidas obras não fazem sentido na actual conjuntura. «Não vale a pena fazer aeroportos e TGV se as empresas estão a fechar», lembrou o mesmo responsável.
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