Se a participação na AG for próxima da média de 70 por cento dos últimos anos, bastam os votos de 23,33% para chumbar a proposta, e se igualar o máximo já registado, de 76%, serão necessários 25,33 por cento.

Isto porque, de acordo com os actuais estatutos, as alterações propostas só são aprovadas com o voto a favor de dois terços (66,66%) do capital representado na AG, ou seja, pelo menos 46,66%, se o capital representado na próxima segunda-feira for em torno da média das últimas reuniões magnas de accionistas, e mais de 50% se se aproximar da mais concorrida.

Entre os accionistas qualificados, o BPI, com 7% não vai participar na AG, Joe Berardo, com 3,98%, anunciou que vai votar contra, tal como João Rendeiro, presidente do Banco Privado Português (BPP) que detém com 2,01% do banco liderado por Paulo Teixeira Pinto.

Restam, então, no núcleo de accionistas com participações qualificadas, pouco mais de 36% do capital, ou seja muito aquém dos dois terços dos votos presentes exigidos para que a proposta passe.

Já para atingir o terço necessário para chumbar as alterações (23,33 a 25,33%) se as participações forem as antes referidas - bastará que uns poucos pequenos accionistas se somem aos votos de Rendeiro, representado na AG pelo seu advogado, José Miguel Júdice, e aos de Berardo.



Segundo afirmações de João Rendeiro ao «Diário Económico», Júdice vai representar pelo menos 16,5% do capital do BCP na AG, o que dá 20,48 por cento quando somado aos 3,98% de Joe Berardo, que, numa entrevista à «Lusa», garantiu que votará contra e disponibilizou-se também para dar apoio, através dos seus advogados, a pequenos accionistas.