A empresa, herdeira da tradição na divisão automóvel da ex-Metalúrgica Duarte Ferreira que fabricou os camiões «Berliet» até ao fim da guerra colonial, instalou-se no Tramagal no início dos anos 80, tendo investido desde então cerca de cem milhões de euros, avança a Lusa.
Actualmente a maior empregadora da «vila metalúrgica», com perto de 360 funcionários numa população de 4 mil habitantes.
Hoje, a fábrica produz em exclusivo o modelo Canter para a Europa, exportando-as para mais de 30 países, tendo atingido em 2008 um volume de vendas de 222 milhões de euros, representando um importante contributo para o Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
A administração da MFTE, vai acolher a produção do modelo sucedâneo da actual Canter, investindo 20 milhões de euros e fazendo aumentar o volume da produção das actuais dez mil para as 26 mil unidades anuais, e o número de postos de trabalho, dos actuais 360, para cerca de 1100.
O investimento a efectuar no Tramagal é assegurado pela Mitsubishi Fuso Trucks and Bus Corporation, com o suporte da Daimler Trucks, o maior produtor mundial de camiões, que controla 85 por cento da companhia japonesa.
«Este investimento vai projectar o futuro da Mitubishi em Tramagal de 2012 para o ano 2020», afirmou Jorge Rosa, presidente da MFTE.
Manter investinmentos cá
Andreas Renschler, administrador da Daimler e responsável pela divisão de camiões, reafirmou o empenho do grupo em manter os investimentos em Portugal.
Apesar disso, a crise obrigou à suspensão da laboração mas esta situação não preocupa os agentes locais.
Em declarações à Lusa, Nelson de Carvalho, presidente da Câmara de Abrantes, disse estar «confiante na continuidade futura da empresa», recordando que o Governo tem acompanhado o processo e por isso programou o «reforço das acessibilidades na região».
Por outro lado, a autarquia investiu na zona, «adquirindo cerca de 60 mil metros quadrados de terrenos para colocar à disposição da empresa», a preço simbólico.
«A Mitsubishi é uma das nossas marcas e Abrantes cresce e afirma-se com elas. Por isso, acompanhamos atentamente a actividade dos projectos empresariais, procuramos saber como vão reagindo às circunstâncias externas e, quando necessário, também estamos cá para investir», afirmou.
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