A bolsa de Lisboa fechou em baixa, pressionada pelos índices norte-americanos e, consequentemente, também dos pares europeus.

Contrariamente ao que seria de esperar, os resultados positivos do quarto maior banco norte-americano, o Bank of América, não foi suficiente para animar os investidores. Apesar dos lucros de 4,2 mil milhões de dólares (3,2 mil milhões de euros), que triplicaram e ficaram bem acima do que o mercado esperava, há indicadores pessimistas que estão a pesar mais na hora de comprar acções, nomeadamente o nível de incumprimento do crédito que está a deteriorar-se. Além disso, há que ter em conta que índices bolsistas dos EUA somaram ganhos nas últimas seis sessões, por isso, também é de esperar que registem alguma correcção.

Desta forma, estes mercados abriram há cerca de duas horas no vermelho e assim se mantêm, com o Dow Jones, Nasdaq e Standard & Poors a recuar à volta de 3%. Por um lado, os investidores ignoram os resultados positivos de algumas empresas e, por outro, notícias de eventuais fusões. O mercado está cauteloso esta semana uma vez que esperam dados do primeiro trimestre de 140 empresas cotadas (28% do S&P) e isto numa altura em que, a revista Fortune avança que, no conjunto das 500 maiores empresas, os lucros caíram 85% em 2008, o pior nível desde os anos 50.

Mota-Engil afunda quase 9%

Deste lado do Atlântico, o PSI20 fechou a 1,09% para os 6.709,04 pontos, com 16 cotadas em baixa e 4 no verde.

O destaque pela negativa vai para a Mota-Engil que afundou 8,66% para os 3,06 euros. O seu preço alvo caiu cerca de 40% no último ano. Além disso, o «Jornal de Negócios» noticiou que a construtora está a analisar a viabilidade de explorar ouro no Malawi, em África.

Ainda a Jerónimo Martins recuou 3,39% para os 3,81 euros e a Cimpor deslizou 5,11% para os 4,30 euros.

O peso pesado da energia, EDP, derrapou 0,90% para os 2,72 euros.

No lado oposto, a escapar ao pessimismo ficou a Portugal Telecom que ganhou ainda assim uns ligeiros 0,63% para os 6,36 euros. Também o BCP, Sonaecom e Brisa ficaram em alta ligeira.

No resto da Europa, as quedas suplantaram os 3%, com a praça alemã DAX com o pior comportamento a perder 4%.