O primeiro-ministro, José Sócrates, voltou a enaltecer esta quarta-feira a proposta de Lei do Governo para o Código do Trabalho, considerando-a como a mais ousada de sempre. Uma mudança que ajudará o País a avançar para o nível de modernidade global.

«O País precisa de avançar, de estar ao nível da mudança global. Estarmos parados era o pior que nos podia acontecer», afirmou José Sócrates na Conferência Parlamentar do PS sobre a reforma laboral que está em discussão pública.

Ao mesmo tempo, José Sócrates lembrou ainda, por diversas vezes, que o acordo tripartido conseguido na concertação social para a proposta de Lei é um «êxito político» e «um êxito para o país». Um acordo «muito importante para a modernidade, que tem como ideia fundamental o combate à precariedade e o impulso ao emprego. Uma proposta que defenderá a nossa economia».

Actuais convenções «são bloqueios» à economia

José Sócrates diz, por isso, que «só por puro facciosismo é que a esquerda pode dizer que a nossa proposta é a favor da precariedade». Mas, acrescenta «a realidade acabará por se impor».

O primeiro-ministro, que criticou por diversas vezes a «ausência da direita» no debate sobre a reforma global e a «retórica» da esquerda, diz que o seu partido faz parte de «uma esquerda progressista, que não tem medo da mudança. Somos uma esquerda do nosso tempo, mas com os valores de sempre».

O líder do Governo, que incentivou todos ao debate, garantiu que o que o Executivo propõe é «mais diálogo. Que não se mantenham convenções de há 20 anos. Queremos que estas caduquem e dêem lugar a novas, que sirvam a todos», já que as que existem, segundo o responsável, «são bloqueios à actividade do País e muitas vezes nem se aplicam».