«Julgo sinceramente que a banca portuguesa não entrará em colapso», disse o banqueiro numa entrevista à «RTP».
Quanto à exposição dos bancos nacionais aos activos «tóxicos» que contaminaram a solidez de instituições noutras partes do mundo, diz que é reduzida. «Não haveria maneira de, caso esses activos contaminados existissem, não terem já sido objecto de escrutínio, quer pelas autoridades, quer através do escrutínio público», acrescentou.
O responsável do maior banco privado português adiantou também não existirem sinais de levantamentos em massa de depósitos «em nenhum banco português, nem mesmo a transferência massiva de poupanças para o banco público, a Caixa Geral de Depósitos (CGD). «Julgo saber que estatisticamente não há essa evidência. Não só do BCP, mas de todos os bancos», disse.
«Penso que todos estão a gerir a liquidez com extrema cautela. E com quanto mais cautela ela for gerida, mas haverá», acrescentou ainda, explicando assim as reticências dos bancos em emprestarem dinheiro uns aos outros, uma realidade que está a afectar os sistemas financeiros um pouco por todo o mundo e que está em grande parte na origem da forte subida das taxas comerciais e interbancárias (Euribor, no caso da Zona Euro).
Mas Carlos Santos Ferreira alerta que «a resposta aos problemas de liquidez não pode ser um corte cego no crédito, sob pena de matarmos os doente».
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