O grupo holandês Philips, maior produtor mundial de lâmpadas e um dos gigantes da electrónica de consumo, vai suprimir 6 mil empregos em todo o mundo em 2009, anunciou o Executivo Chefe, Gerard Kleisterlee.

A reestruturação deverá permitir ao grupo, que emprega 121 mil pessoas, economizar cerca de 400 milhões de euros por ano a partir do segundo trimestre de 2009, avança a Lusa.

Portugal afectado

Na semana passada tinha sido anunciado que a holandesa Philips vai encerrar até ao final deste ano a sua última fábrica em Portugal, de controlos remotos, em Ovar, deixando no desemprego cerca de 70 trabalhadores.

Francisco Hortihuila, responsável pela comunicação da Philips Iberia, disse que o encerramento da fábrica ainda não tem data definida, estando apenas decidido que será este ano.

A empresa está a negociar a rescisão contratual com os cerca de 70 trabalhadores, acrescentou.

Todas as divisões da Philips serão afectadas, segundo um porta-voz de Kleisterlee, que se escusou a dar mais pormenores sobre a medida.

A Royal Philips Electronics NV, que é também um dos maiores fabricantes do mundo de equipamento médico e electrónica para consumo, registou perdas de 1,47 mil milhões de euros no quarto trimestre.

Segundo o responsável pelo grupo, as perdas deveram-se à desaceleração económica mundial, a reduções de activos e a custos de reestruturação.

A companhia, com sede em Amesterdão, tinha registado lucros de 1,40 mil milhões de euros no mesmo período do ano passado, altura em que obteve ganhos de 1,2 mil milhões de euros na venda de participações em empresas.

Todavia, em 2008 teve de reduzir em mais de mil milhões de euros o valor nominal das participações que mantém.

As vendas caíram 9,7 por cento, para 7,62 mil milhões de euros, segundo a Philips.

«O desenvolvimento dos nossos resultados trimestrais reflectiu a velocidade e ferocidade sem precedentes com que a economia desacelerou em 2008», refere Gerard Kleisterlee.

As perdas de todo o ano de 2008 totalizaram 186 milhões de euros, quando em 2007 alcançara um lucro bruto de 4,16 mil milhões de euros.

O volume de negócios do grupo em 2008 foi de 26,39 mil milhões de euros, menos 1,5 por cento do que os 26,80 mil milhões de euros de 2007.