Mais de 3 mil trabalhadores de cerca de 60 empresas de todo o país tinham, em Janeiro, os seus salários em atraso, a maioria dos quais referentes ao mês de Dezembro e ao subsídio de Natal.

Empresas da indústria química, metalurgia, têxtil, vidreira, calçado, corticeira, construção civil e indústrias eléctricas constam entre a lista que os sindicatos forneceram à Lusa.

O sector metalúrgico é aquele que regista maior número de casos de salários em atraso, com um total de 25 empresas, somando 680 trabalhadores.

As situações variam de empresa para empresa mas a maioria deve aos seus trabalhadores o salário de Dezembro de 2008 e o respectivo subsídio de Natal.

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A maioria dos trabalhadores não deixa a situação agravar-se e usa a possibilidade que a lei dá de rescindir o contrato com justa causa após dois meses de salário em atraso, para poder ter acesso ao subsídio de desemprego, mas há casos em que os trabalhadores ainda esperam que a empresa recupere economicamente para poderem manter o posto de trabalho.

É o caso da empresa têxtil de Oliveira do hospital Jammo, com 60 trabalhadores, que têm 5 meses de salários em atraso, incluindo subsídios de Natal e de férias.

Existem também empresas onde os salários vão registando atrasos mas que nunca deixam acumular esse atraso durante muitos meses, liquidando a dívida em prestações.

A Metalobajuca, na Maia, por exemplo, saldou em prestações as dívidas salariais durante o mês passado, restando-lhe o pagamento de metade dos subsídios de Natal.