A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) quer que a EDP dê mais informação sobre a operação de dispersão da EDP Renováveis, em particular sobre as mais-valias de 405 milhões de euros.

Em comunicado, o regulador da bolsa informa que solicitou à eléctrica no passado dia 12 de Março, o envio de «uma explicitação detalhada e justificada da contabilização», do «resultado (405 milhões de euros) relativo à operação» referida.

Da análise das normas em vigor, a entidade concluiu que a contabilização do resultado de operações de alienação de capital ou de dispersão ao nível da sociedade pode ser feita quer directamente em capitais próprios, quer em resultados da sociedade dominante (contas consolidadas): «Das explicações fornecidas pela EDP resulta que a opção adoptada é consistente com a política até agora seguida pela empresa para reconhecer ganhos ou perdas de operações resultantes de alienações e aquisições de interesses minoritários», refere a CMVM.

Ainda assim, com o objectivo de assegurar a prestação de informação «completa e clara aos investidores», a CMVM solicitou à EDP que na informação a ser divulgada no Relatório e Contas relativo ao exercício de 2008 sejam incluídas explicações detalhadas sobre a opção contabilística utilizada. Tudo porque a dualidade de práticas contabilísticas será alterada: como explica a CMVM em comunicado, o Internacional Accounting Standards Board (IASB) decidiu alterar a IAS (International Accounting Standards) n.º 27, emitindo norma clarificadora com efeitos a partir dos exercícios que se iniciem depois de 1 de Julho de 2009.

«A partir dessa data, não será já possível levar os diferenciais positivos gerados por estas operações a resultados, tendo de ser registados obrigatoriamente em capital próprio nas contas consolidadas da entidade dominante. Este método é o que melhor espelha o desempenho da entidade enquanto grupo económico», justifica o regulador.

As acções da EDP fecharam a cair 2,70% para 2,53 euros.