O Governo alemão e vários líderes políticos declararam «guerra» à Nokia, um dos maiores fabricantes de telemóveis do mundo. Em causa está a decisão da Nokia de deslocar para leste a fábrica de Bochum, no Oeste da Alemanha, onde trabalham 2.300 pessoas, escreve o «Diário de Notícias».

Jürgen Rüttgers, presidente da região, pede explicações à Nokia: «É inconcebível receber 60 milhões de euros de subsídios regionais e 28 milhões das autoridades federais, em termos de ajuda à pesquisa e depois, mal acaba o prazo legal, dizer obrigado, vamos embora». O banco estatal da Renânia do Norte-Vestefália estuda a hipótese de pedir, em tribunal, a devolução dos 60 milhões de euros pagos em subsídios à Nokia.

A contestação já levou mesmo a alguns governantes a pedirem o boicote à Nokia. «Celulares da Nokia não entrarão mais em minha casa», afirma o presidente do Partido Social-Democrata, Kurt BeckBeck, citado pela imprensa alemã.

Quanto aos subsídios comunitários que a Nokia recebeu, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, já disse que não vê qualquer irregularidade. No entanto, o Governo alemão vai pedir a Bruxelas para investigar o caso.